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            Cláudia Freixo Seixas
                        
                        
                        
                    
OBJETIVO:    Avaliar a incidência de recorrência local do câncer de mama    em pacientes tratados com cirurgia de mama conservadora e radioterapia, para    determinar se o aumento de recorrência local é observado em mulheres    examinadas por meio de biópsia estereotáxica com agulha fina.    
   MATERIAIS E MÉTODOS: Registros de 551 pacientes consecutivos com    câncer de mama, que foram tratados com cirurgia conservadora e radioterapia,    foram retrospectivamente revisados. Os 551 casos foram divididos em três    grupos: aqueles examinados por meio de biópsia estereotáxica (n    = 86), aqueles examinados por meio de biópsia excisional precedida por    localização com agulha (n = 242), e aqueles cujas massas eram    palpáveis, sendo a biópsia feita sem ser guiada por imagem (n    = 223). A recorrência local avaliada e a estatística feita pelo    método de Mantel-Haenszel por curvas de sobrevivência foram calculadas    para cada grupo. Para testar a significância estatística, a análise    c² foi feita por variadas categorias e umteste    t ou análise da variação foi feito pelo cálculo    de variações contínuas.    
   RESULTADOS: Com um acompanhamento de 4,9 anos de duração    (entre 2,0 e 8,9 anos), a recorrência do tumor observada no grupo examinado    por biópsia com estereotaxia por agulha fina foi de 2,3% (dois dos 86),    resultando em uma recorrência livre em cinco anos de 0,96 ± 0,03.    Para o grupo examinado por meio de biópsia precedida por localização    com agulha, a recorrência observada foi de 5,4% (13 dos 242), com uma    recorrência livre observada em cinco anos de 0,88 ± 0,03. Para o    grupo cuja biópsia não foi guiada por imagem, a recorrência    observada foi de 10,3% (23 dos 223), com uma recorrência livre observada    em cinco anos de 0,84 ± 0,03. Estes valores não foram significativamente    diferentes quando o grupo examinado por biópsia estereotáxica    com agulha fina foi comparado com o grupo examinado por meio de biópsia    precedida por localização com agulha. No entanto, a recorrência    livre observada foi significativamente maior para o grupo examinado por biópsia    estereotáxica com agulha fina do que para o grupo cuja biópsia    não foi guiada por imagem (p = 0,03).    
   CONCLUSÃO: Na presente série de casos, o câncer diagnosticado    por meio de biópsia estereotáxica com agulha fina não foi    associado com um aumento da incidência de recorrência local após    cirurgia de mama conservadora e radioterapia.
