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Leticia Pereira Gonçalves    
   Médica pós-graduanda    do Departamento    
   de Radiologia da UFF 
Toxicidade pulmonar por amiodarona no pós-operatório tardio
Fernández AA, Sala AR, Mediano O, Torres I, Moreno I. Toxicidad pulmonar por amiodarona en el post-operatorio tardio. Med Interna (Madrid) 2003;20:419-20.
 OBJETIVO: Apresentação    de um caso de toxicidade pulmonar pela amiodarona em um paciente masculino de    55 anos, tabagista, em que foram analisados, principalmente, os aspectos clínicos,    patológicos e radiológicos.    
   RESULTADOS: O paciente em questão é um cardiopata que fora    submetido à cirurgia de substituição de válvula    cardíaca por doença reumática prévia e, desde então,    faz uso de amiodarona, entre outras medicações. O tratamento,    inicialmente, foi feito com 400 mg diários de amiodarona e, a posteriori,    200 mg ao dia. Ao exame físico, o paciente apresentava-se em mau estado    geral, taquicárdico e com crepitações pulmonares bilaterais.    As radiografias do tórax evidenciaram infiltrações alvéolo-intersticiais    bilaterais. Estes achados se confirmaram na tomografia computadorizada. O paciente    foi submetido à broncoscopia diagnóstica. No lavado broncoalveolar    não houve crescimento de germes nas culturas e a baciloscopia foi negativa,    sendo encontrada grande quantidade de macrófagos. O paciente teve o diagnóstico    de pneumonite tóxica secundária ao uso de amiodarona e iniciou    o tratamento com oxigenioterapia, diuréticos, digoxina e metilprednisona,    além de ter cessado o uso da amiodarona. Apresentou melhora clínica    e teve alta após 44 dias de internação.    
   CONCLUSÃO: A amiodarona é um fármaco anti-arrítmico    muito eficaz no tratamento de arritmias ventriculares e supraventriculares.    Há anos são conhecidos os efeitos desta droga, como danos hepáticos,    tireoidianos e pulmonares. Os efeitos do seu uso crônico são os    mais conhecidos, embora ultimamente também têm sido relatados casos    de toxicidade aguda. Atualmente, não se dispõe de nenhuma prova    diagnóstica específica para diagnosticá-la, mas há    de se estar atento a pacientes com sintomas respiratórios em uso de amiodarona.    O diagnóstico baseia-se na história clínica e na detecção    de macrófagos no lavado broncoalveolar, após terem sido descartadas    outras possíveis causas de doenças pulmonares. 
Leticia Pereira Gonçalves    
   Médica pós-graduanda do Departamento    
   de Radiologia da UFF 
