Autor: Renato Cardoso.
Orientador: Sergio Ajzen.
[Tese de Doutorado]. São Paulo: Universidade Federal de São Paulo; 2008.
OBJETIVOS: Avaliar, em indivíduos acondroplásicos brasileiros adultos, o tamanho e o posicionamento da base do crânio, da maxila e da mandíbula, a partir de medidas cefalométricas do complexo dento-esquelético-facial; avaliar as características faciais a partir da analise facial numérica; avaliar o padrão oclusal de acordo com a classificação de Angle; e confrontar os dados obtidos com os padrões de normalidade estabelecidos na literatura.
MÉTODOS: Foram utilizadas grandezas cefalométricas radiográficas da análise facial numérica vertical, do triângulo estético de Powell e da análise dos modelos dos arcos dentários. Para análise estatística foi aplicado o teste t de Student para a comparação de médias.
RESULTADOS: A base craniana apresentou dimensões diminuídas tanto na porção anterior quanto na posterior, ângulo da base craniana agudo e projeção anterior da cavidade articular do osso temporal. A maxila apresentou dimensões menores no sentido ântero-posterior e transversal, ântero-inclinada, excesso vertical anterior, e retroposicionada em relação à base do crânio e à mandíbula. A mandíbula apresentou ramo com dimensão normal e redução nas dimensões do corpo e transversal, tendência de crescimento vertical e rotação no sentido horário, discretamente protruída em relação à base do crânio e à maxila. A análise facial mostrou, no sentido horizontal: diminuição das medidas dos ângulos frontonasal, nasomentoniano e nasolabial, e valores próximos ao padrão nas medidas angulares nasofacial e mentocervical. No sentido vertical: perfil discretamente côncavo, com encurtamento do terço médio da face, aumento do terço inferior da face, discreto aumento do comprimento do lábio superior, excesso vertical de maxila e do mento, com exposição excessiva dos incisivos superiores, aumento da distância interlabial e discreto prognatismo. A maioria dos casos apresentou padrão esquelético classe III e padrão oclusal classe I, havendo tendência à oclusão dentária classe III. Os incisivos superiores e inferiores apresentaram inclinação vestibular e protrusão em suas bases ósseas, sem extrusão dos incisivos inferiores. Houve tendência à mordida aberta anterior esquelética e mordida cruzada posterior, com bom relacionamento entre o plano oclusal e a base craniana e desarmonia entre o tamanho dos dentes e suas respectivas bases ósseas.
CONCLUSÃO: Ainda que tenha sido observada ampla variação individual em alguns dos parâmetros, foi possível identificar diferenças significativas, responsáveis pela apresentação fenotípica característica dos pacientes acondroplásicos.