ARTIGO ORIGINAL
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Autho(rs): Letícia Motono Chojniak1,a; Rony Klaus Isberner2,b; Juliana de Oliveira Souza3,c; Valdair Francisco Muglia4,d; Almir Galvão Vieira Bitencourt3,e; Rubens Chojniak3,f |
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Descritores: Radiologia; Materiais de ensino; Educação continuada; Multimídia. |
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Resumo: INTRODUÇÃO
A evolução tecnológica nas mais diversas áreas da medicina, ocorrida nos últimos 35 anos, foi impulsionada principalmente pela automação digital, o que determinou mudanças estruturais em toda a rede de serviços, bem como no comportamento dos profissionais, que precisaram se adaptar às inovações da “era digital”. A radiologia e diagnóstico por imagem (RDI) foi uma das especialidades médicas que mais se destacou nesse meio, pela inclusão dos novos equipamentos digitais e pela necessidade de os profissionais se aperfeiçoarem aos recursos tecnológicos, desenvolvendo uma cultura de aprendizado constante, em que a educação digital passou a ser fundamental para esse processo, não somente nas escolas médicas, mas também para os profissionais já inseridos no mercado de trabalho. As novas tecnologias e suas inovações vêm revolucionando a maneira de comunicação entre as pessoas, que mudaram a quantidade, a qualidade e a velocidade da troca de informações nos dias atuais(1). Antes da adoção generalizada dos meios eletrônicos, a maioria dos recursos de aprendizagem em radiologia era baseada em livros e revistas científicas impressas. A necessidade de busca mais ampla e mais rápida por informações na área da RDI fez com que residentes e radiologistas adotassem a utilização de outros recursos de mídia, tais como computadores, celulares e tablets(2). A importância das ferramentas e dos ambientes virtuais na aprendizagem já é reconhecida pela literatura(3). Atualmente, um volume crescente de tecnologias móveis é utilizado por alunos e educadores no mundo para acessar informações, racionalizar e simplificar a gestão do tempo, além de facilitar a aprendizagem de maneira inovadora(4,5). O uso crescente de plataformas web para interagir, gerar, acessar e disseminar informações é uma prática cada vez mais utilizada entre os profissionais de saúde(6–9). Em tempos de necessidade de se obter informações de forma rápida e de fácil acesso, o “ambiente tecnológico” modifica o comportamento dos profissionais no seu cotidiano, estabelecendo uma relação muito estreita com os recursos digitais disponíveis. Essa interação quebra paradigmas e auxilia no desenvolvimento pessoal e profissional do indivíduo. A partir de uma observação de residentes de radiologia e radiologistas, suspeitamos que os materiais de referência educacionais usados mudaram do padrão de material impresso para recursos da internet. No entanto, poucos estudos documentaram esta mudança de comportamento. O conhecimento da preferência e a frequência do uso de diferentes fontes de informação impressa ou de mídia eletrônica para as consultas dos radiologistas, em diferentes fases da carreira e que atuam em diferentes cenários e tipos de instituição, poderiam ser úteis para as sociedades de especialidade, coordenadores de programas de treinamento e de grandes serviços de radiologia, na definição de uma estratégia de disponibilidade de recursos educacionais, na escolha de livros, recursos de internet e licenças de acesso a sites selecionados, bem como para os médicos especialistas e residentes na área para conhecer o uso de recursos e a preferência de seus colegas. Desse modo, o objetivo deste trabalho foi identificar o perfil de utilização dos recursos didáticos pelos médicos radiologistas e residentes de RDI brasileiros. MATERIAIS E MÉTODOS Trata-se de um estudo observacional, transversal, de caráter predominantemente quantitativo e com características descritivas. Foram encaminhados, via correio eletrônico, uma carta convite, um termo de consentimento informado e um questionário eletrônico sobre a utilização de recursos de aprendizagem, mediante canal de comunicação da Comissão de Ensino, Aperfeiçoamento e Residência Médica do Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR), que agrega médicos residentes e aperfeiçoandos em serviços de radiologia e diagnóstico por imagem vinculados ao CBR e membros do CBR, entre os quais radiologistas com título de especialização e com certificado de atuação em diagnóstico por imagem. O questionário foi encaminhado pela ferramenta formulários Google, para distribuição e captação de dados, contendo os seguintes itens: 1. Perfil de atuação:
2. Perfil de acesso a materiais didáticos:
Para as questões relacionadas à preferência por certos recursos didáticos, havia a possibilidade da seleção de múltiplas respostas ou da inclusão de recursos que não estavam contidos na lista de opções fornecida. Duzentos e sessenta e cinco entrevistados, entre médicos residentes, radiologistas com formação concluída, com título de especialista ou com certificado de atuação nas áreas de diagnóstico por imagem, responderam e encaminharam a pesquisa mediante assinatura eletrônica prévia do termo de consentimento. Com base nos dados obtidos, foram utilizados parâmetros da estatística descritiva, adotando-se as medidas usuais de tendência central e cálculos de frequências simples e relativas. Foram criados agrupamentos e subgrupos de acordo com as seguintes categorias selecionadas: quanto ao nível de formação – médicos em treinamento (R1, R2, R3 e R4) e médicos formados; se possuem formação acadêmica (mestrado, doutorado e livre-docência); se trabalham em instituição pública ou privada; quanto à frequência de uso dos recursos (diário, semanal e mensal/raramente ou nunca); número de médicos que trabalham na instituição; regiões de índice de desenvolvimento humano (IDH) alto (Sul, Sudeste e Centro-Oeste) e baixo (Norte e Nordeste); geração Y (com idade inferior a 40 anos) e geração BB/X (idade igual ou superior a 40 anos); elaboração de cruzamentos tipo frequência simples, entre formação e os tipos de mídia utilizados (revistas, livros, sites, redes sociais e aplicativos ); frequência simples e relativa de região por IDH; frequência de cada forma de acesso a material digital (computador, tablet e celular); e fontes específicas de cada revista, de cada site e cada aplicativo. A análise para verificar a relação entre os subgrupos para variáveis categóricas foi realizada utilizando o teste de qui-quadrado de Pearson e o teste exato de Fisher. Para variáveis contínuas foram utilizados os testes de Kruskal-Wallis e o teste U de Mann-Witney. As informações obtidas dos questionários foram tabuladas em planilhas eletrônicas e posteriormente analisadas as significâncias nos diversos cruzamentos, sendo consideradas significativas as relações que obtiveram valor de p < 0,05. As perguntas que não foram respondidas não participaram da análise. RESULTADOS A Tabela 1 apresenta as informações dos 265 médicos que responderam ao questionário, com idade média de 38,2 anos (mediana: 35 anos) e tempo de atuação médio de 10,8 anos (mediana: 7 anos). Destes, 170 (64,2%) eram médicos formados, incluindo 136 (51,3%) com título de especialista e 95 (35,8%) médicos em formação, sendo 20 R1, 22 R2, 28 R3 e 25 R4. A principal área de atuação foi ultrassonografia (80,0%), seguida de tomografia computadorizada (77,7%), ressonância magnética (59,2%), radiografia (49,4%), mamografia (32,1%), densitometria (17,7%), intervenção (10,9%) e medicina nuclear (1,5%). A maioria dos participantes atuava na região Sudeste (n = 155), seguida pelas regiões Sul (n = 40), Nordeste (n = 39), Centro-Oeste (n = 22) e Norte (n = 9). Os recursos educacionais mais utilizados foram: sites da web (92,4%), livros eletrônicos (66,4%), revistas eletrônicas (61,1%), aplicativos (60,7%), redes sociais (57,3%), livros impressos (47,9%) e revistas impressas (16,9%). A Tabela 2 apresenta informações sobre as revistas, sites e aplicativos mais acessados pelos participantes. A Tabela 3 apresenta a correlação entre as variáveis formação, idade e IDH, com titulação, perfil da instituição de maior participação, acesso digital, utilização de material pago e recursos educacionais. A carga horária média de estudo semanal foi de 9,6 horas (mediana: 6 horas), sendo maior no grupo dos médicos que estão em formação e nos que atuam mais em hospitais, instituições públicas e em instituições acadêmicas (Tabela 4). Os médicos formados ou que atuam em regiões de IDH alto usam o computador com frequência maior do que o fazem com o celular ou com o tablet (Tabela 5). DISCUSSÃO Há poucos dados na literatura, no Brasil e no mundo, referentes ao perfil de médicos radiologistas, particularmente quando relacionados aos tipos de recursos didáticos que utilizam. Este trabalho apresenta um perfil de utilização dos recursos didáticos utilizados por médicos em formação e por médicos formados na área de RDI, os recursos e os tipos de mídia mais utilizados, além de algumas características das atividades desenvolvidas por esses profissionais no seu cotidiano. A maioria dos entrevistados era de médicos formados, do sexo masculino, na faixa etária abaixo dos 40 anos, sem titulação acadêmica, localizados em regiões com alto IDH, trabalhando em hospitais e instituições privadas, sem vínculo acadêmico, atuando principalmente nas áreas de ultrassonografia e tomografia computadorizada. Quanto ao recurso para o acesso do material de pesquisa, observou-se uma tendência pela maior utilização do computador; a maioria opta por acessar materiais didáticos sem custo para visualizar o conteúdo, sendo os sites da web e as revistas eletrônicas os mais pesquisados. As características demográficas dos participantes deste estudo estiveram de acordo com um levantamento recente realizado pelo CBR com 12.868 médicos radiologistas, em que 62,4% dos entrevistados foram homens, a média de idade foi de 46,1 anos e 54,0% dos especialistas em RDI tinham menos de 40 anos(10). Da mesma forma, observa-se um maior número de médicos atuando nas regiões de alto IDH, principalmente na Região Sudeste, especialmente radiologistas em formação, o que pode estar relacionado ao maior número de vagas de residência médica em RDI nessas regiões. Ademais, a complexidade tecnológica de parte da radiologia está concentrada nos grandes centros em serviços especializados, regionalizados ou de referência, pois não se justifica a sua presença em cidades menores(10). Os médicos entrevistados estudam, em média, 9,6 horas semanais. Os que atuam em hospitais públicos e com vínculo acadêmico, a carga horária média semanal de estudo é próxima do dobro dos que atuam nas clínicas e instituições privadas. Com relação à média de horas de estudo semanal, podemos observar que os residentes são os que mais estudam. O meio de acesso digital mais utilizado foi o computador, seguido pelo celular e pelo tablet. Alguns trabalhos avaliaram, comparativamente, o uso de dispositivos móveis e fixos, em que fatores como a distribuição socioeconômica, os níveis de habilidade e de limitação para acessar os recursos da web por meio dos dispositivos móveis, além da eventual necessidade de utilização de um maior campo de visão da tela do dispositivo, influenciaram mais na escolha pelo uso do computador(11). No diagnóstico por imagem, vale ressaltar que a maioria dos profissionais já usa computadores para visualização das imagens em telas maiores e pode utilizar esta mesma ferramenta para estudo. Há maior tendência ao uso de celulares e tablets pelos profissionais da faixa etária abaixo dos 40 anos, sendo maior o uso de tablet pelos mais jovens e pelos residentes. Pesquisa realizada pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil, a ICT Kids Online Brazil 2017, aponta que os computadores (de mesa, laptops e tablets) estão perdendo espaço, pois em 2013, 90% das crianças utilizavam dispositivos desse tipo para acessar a rede, e em 2017 este porcentual baixou para 53%(12). Esses dados demonstram uma tendência na preferência de uso de dispositivos móveis (principalmente o celular) pelas gerações mais jovens. A facilidade de pesquisa e de acesso das ferramentas digitais, assim como a possibilidade de leitura em diversos dispositivos como celulares, tablets e computadores, tornam este recurso muito atraente(13–15). Entretanto, alguns fatores podem ser considerados como barreiras à pesquisa on-line, por exemplo, a necessidade de uso de senhas ou usuários, muita informação para digitalizar e pouca informação específica para responder a uma pergunta definida, a credibilidade da fonte acessada e ter que pagar pelo conteúdo da pesquisa(16). A maioria dos nossos entrevistados prefere utilizar materiais com acesso gratuito, porém, os mais jovens, que estão em treinamento, têm uma leve tendência a pagar mais material do que os formados acima dos 40 anos. As ferramentas educacionais de acesso gratuito são uma tendência mundial, já com normatização e identidade próprias, recebendo o nome genérico, em inglês, de FOAM, que corresponde a free open access medical (education) ou educação médica de acesso aberto, em tradução livre(17). Sites da web foram a fonte de pesquisa mais utilizada, tendo 254 dos 265 entrevistados acessado esse recurso. Observou-se grande variação nos tipos de sites acessados, uma vez que, entre os predominantes, temos sites de sociedades de especialidades, de revistas científicas e de conteúdo educacional; o ponto de convergência é a procura por sites de instituições de alta credibilidade. Há também um número expressivo de acessos a revistas e livros eletrônicos, seguidos pelos aplicativos e pelas redes sociais, principalmente pelas gerações mais jovens. Houve uma tendência de maior utilização dos aplicativos e das redes sociais pelos mais jovens (geração Y), em treinamento, que atuam em instituições públicas e nas regiões com alto IDH, havendo frequência de acesso mais diária notadamente das redes sociais, nas quais a contribuição dos residentes é mais significativa. As redes sociais podem ser muito úteis como ferramenta de pesquisa, em razão da grande popularidade de uso no Brasil e no mundo, com possibilidade de amplo alcance em consequência do número de conexões estabelecidas entre as pessoas que a utilizam. Além disso, é um método de fácil utilização, baixo custo e rápida disseminação(18,19). Vale ressaltar que o uso global de dispositivos móveis com sua capacidade de conectividade, integrado às possibilidades das redes de mídia social, também fornece uma plataforma rica em recursos para experiências científicas inovadoras no aprendizado direcionadas ao aluno(20). Revistas científicas na área de RDI também foram citadas como frequentes fontes de pesquisa. Radiographics, Radiology, Radiologia Brasileira e American Journal of Roentgenology foram as revistas mais lidas. Destas, a maioria tem artigos de revisão, geralmente os mais procurados por profissionais em formação ou em busca de reciclagem médica. Destaca-se que a mais acessada – Radiographics – publica, exclusivamente, artigos de revisão e ensaios pictóricos. Quanto ao perfil dos leitores, houve tendência maior do acesso a essas fontes de pesquisa pelos médicos formados, abaixo dos 40 anos, que atuam em regiões com alto IDH (notadamente em cidades com mais de um milhão de habitantes), em instituições com mais de 20 médicos radiologistas, sendo o computador o recurso digital mais utilizado para seu acesso. Este estudo apresenta limitações relacionadas ao seu método. Deve-se considerar que a amostragem, obtida das respostas dos questionários encaminhados por uma plataforma online, foi pequena em relação ao número total de radiologistas que atuam no território nacional. Além disso, muitas vezes o número de respondentes em determinados subgrupos ficou reduzido. Também se deve considerar a hipótese de que os radiologistas que responderam ao questionário sejam os que apresentam maior interesse em educação continuada e pelos meios de educação digitais, podendo superestimar os resultados encontrados. Para algumas variáveis, permitiram-se algumas aproximações e/ou generalizações, por exemplo, o IDH por regiões geográficas do país, uma vez que se sabe que existem áreas de alto IDH em regiões com baixo desenvolvimento e situações opostas. Em conclusão, esta pesquisa demonstrou que os radiologistas atuais têm carga horária média de estudo semanal de 9,6 horas (mediana: 6 horas), sendo maior no grupo dos médicos que estão em formação e nos que atuam mais em hospitais, instituições públicas e em instituições acadêmicas. Os radiologistas formados ou em formação usam, predominantemente, recursos eletrônicos e digitais para acessar fontes de informações didáticas. A importância da utilização da tecnologia para a obtenção de informações no campo da RDI foi demonstrada com base na adesão a esses recursos, pela grande maioria dos nossos entrevistados. Os sites da web e as revistas eletrônicas foram o tipo de mídia mais pesquisada, havendo uma tendência à utilização do computador como o recurso para acessar as mídias digitais e, preferencialmente, os conteúdos sem custo para a sua visualização. Agradecimentos Este trabalho foi realizado com o apoio do Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). REFERÊNCIAS 1. Werthein J. A sociedade da informação e seus desafios. Ci Inf (Brasília). 2000;29:71–7. 2. D’Alessandro MP, Nguyen BC, D’Alessandro DM. Information needs and information-seeking behaviors of on-call radiology residents. Acad Radiol. 1999;6:16–21. 3. Pearce N, Weller M, Scanlon E, et al. Digital scholarship considered: how new technologies could transform academic work. Education. 2011;16:33–44. 4. Wallace S, Clark M, White J. ‘It’s on my iPhone’: attitudes to the use of mobile computing devices in medical education, a mixed-methods study. 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