Resumo:
OBJETIVO: Este trabalho investigou a utilidade da avaliação complementar por imagem funcional no diagnóstico de lesões indeterminadas do espaço parafaríngeo, assim como o benefício de efetuar avaliações estruturadas dos exames de imagem convencional.
MATERIAIS E MÉTODOS: Avaliação retrospectiva de 16 pacientes com lesões do espaço parafaríngeo, referenciados ao nosso hospital após um exame de imagem seccional sugerindo o diagnóstico de paraganglioma da cabeça e pescoço. Cada paciente realizou cintilografia com análogo de somatostatina – 111In-pentetreotide (Octreoscan) – previamente à ressecção cirúrgica da lesão. Paralelamente, os exames iniciais de tomografia computadorizada (TC) e/ou ressonância magnética (RM) foram revistos de modo independente por dois radiologistas dedicados à área da cabeça e pescoço, seguindo critérios pré-definidos de diagnóstico.
RESULTADOS: A maioria (14/16) das lesões avaliadas recebeu avaliação cintilográfica positiva. Contudo, o diagnóstico histológico de paraganglioma foi confirmado em apenas 11 lesões. Retrospectivamente, nenhum dos falso-positivos cintilográficos (um meningioma intravascular e dois schwannomas) reunia critérios suficientes para diagnóstico de paraganglioma, na revisão dos exames iniciais de TC e RM.
CONCLUSÃO: A avaliação estruturada dos exames de TC/RM beneficia a investigação diagnóstica das lesões indeterminadas do espaço parafaríngeo. Em razão da sua elevada sensibilidade, a avaliação cintilográfica com análogos de somatostatina deve ser considerada uma ferramenta diagnóstica complementar útil no diagnóstico de paragangliomas da cabeça e pescoço, desde que seja tida em consideração a sua especificidade subótima.
Abstract:
OBJECTIVE: We sought to evaluate the added value of complementary functional imaging in the differential diagnosis of parapharyngeal space lesions, as well as the benefit of performing a structured evaluation of diagnostic cross-sectional examinations.
MATERIALS AND METHODS: This was a retrospective study of 16 patients with parapharyngeal space lesions who were referred to our facility following a cross-sectional imaging study listing head and neck paraganglioma as a possible diagnosis. Each patient underwent somatostatin receptor scintigraphy with 111In-pentetreotide (Octreoscan) prior to surgical resection of the lesion. In addition, the initial computed tomography (CT) or magnetic resonance imaging (MRI) scans were reviewed by two radiologists specializing in head and neck imaging, working independently, according to predefined diagnostic criteria.
RESULTS: Increased somatostatin receptor expression was observed in 14 of the 16 lesions evaluated. Histopathology of the surgical specimens showed that 11 of those 14 lesions were paragangliomas. Upon review, none of the three lesions for which there was a false-positive scintigraphy result (one intravascular meningioma and two schwannomas) were found to meet enough of the conventional imaging criteria for a diagnosis of paraganglioma.
CONCLUSION: Structured analysis of imaging data increases the accuracy of the diagnosis of indeterminate parapharyngeal space lesions. Because of its high sensitivity, functional evaluation by somatostatin receptor scintigraphy should be considered a useful complementary tool for the detection of head and neck paraganglioma, provided that its limited specificity is taken into account.
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