Resumo:
OBJETIVO: Comparar a relação custo-efetividade de duas técnicas percutâneas utilizadas no tratamento da uropatia obstrutiva maligna – inserção anterógrada de cateter duplo J (JJ) versus nefrostomia percutânea – sob a perspectiva do sistema de saúde pública brasileira.
MATERIAIS E MÉTODOS: Nesta análise de custo-efetividade por modelo analítico de decisão, os custos de material foram calculados a partir dos preços de fábrica de 2017 listados pela Câmara Brasileira de Regulamentação de Medicamentos (para medicamentos) e publicados na Revista Simpro (para dispositivos médicos). Custos relacionados ao procedimento e taxas de sucesso técnico e clínico foram avaliados. Essas medidas foram então usadas como insumos para uma análise de custo-efetividade comparando os dois procedimentos.
RESULTADOS: A amostra foi composta de 41 pacientes, dos quais 16 foram submetidos a 26 procedimentos de inserção anterógrada de JJ e 10 foram submetidos a 15 nefrostomias percutâneas. Registros de pacientes, relatórios de radiologia e relatórios de despesas do serviço de radiologia intervencionista do hospital onde o estudo foi conduzido foram analisados retrospectivamente. Não houve complicações significativas: um paciente apresentou lombalgia e um apresentou hematoma retroperitonial transitório. O tempo médio de procedimento foi 24 minutos e o sucesso clínico (melhora da creatinina sérica e resolução da hidronefrose) foi alcançado em 97,5% dos casos. O custo médio da inserção de JJ (US$ 164.10) foi significativamente menor do que o da nefrostomia percutânea (US$ 552.20).
CONCLUSÃO: Na ausência de qualquer contraindicação clínica, a inserção anterógrada de JJ é uma alternativa adequada à nefrostomia percutânea e inserção retrógrada em pacientes com sistema coletor renal dilatado secundário a obstrução maligna, proporcionando economia significativa e altas taxas de sucesso.
Abstract:
OBJECTIVE: To compare two percutaneous techniques used in the treatment of malignant obstructive uropathy—antegrade double-J stent placement (JJ stenting) and percutaneous nephrostomy—in terms of their cost-effectiveness, from the perspective of the Brazilian public health care system.
MATERIALS AND METHODS: In this cost-effectiveness analysis, we employed decision-analytic modeling. We calculated material costs from 2017 factory prices listed by the Brazilian Pharmaceutical Market Regulatory Board (for medications) and published in the journal Revista Simpro (for medical devices). Procedure-related costs were evaluated, as were the rates of technical and clinical success. Those measures were then used as inputs for a cost-effectiveness analysis comparing the two procedures.
RESULTS: The sample comprised 41 patients, of whom 16 underwent antegrade JJ stenting (26 procedures) and 10 underwent percutaneous nephrostomy (15 procedures). Patient records, radiology reports, and expense reports of the interventional radiology department of the public hospital where the study was conducted were analyzed retrospectively. There were no significant complications: one patient had low back pain, and one had a transient retroperitoneal hematoma. The mean procedure time was 24 min, and clinical success (improvement in serum creatinine and resolution of hydronephrosis) was achieved in 97.5% of the cases. The average cost of JJ stenting was significantly lower than was that of percutaneous nephrostomy (US$164.10 vs. US$552.20).
CONCLUSION: In the absence of any clinical contraindications, antegrade JJ stenting is a suitable alternative to both percutaneous nephrostomy and retrograde stenting in patients with dilated renal collecting systems secondary to malignant ureteral obstruction, providing significant cost savings and high success rates.
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