NOVIDADE EM RADIOLOGIA
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Autho(rs): Tiago Kojun Tibana1; Tony Rocha de Carvalho2; Adalberto Arão Filho3; Edson Marchiori4; Thiago Franchi Nunes5 |
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INTRODUÇÃO
Punções guiadas por métodos de imagem são cada vez mais empregadas em radiologia intervencionista(1–4). O manejo adequado de um nódulo pulmonar geralmente requer um diagnóstico patológico definitivo. A precisão da biópsia guiada por tomografia computadorizada (TC) é significativamente menor para pequenos nódulos pulmonares do que para nódulos maiores que 1 cm(5). A videotoracoscopia minimamente invasiva é cada vez mais utilizada para o diagnóstico de pequenas lesões, porém, quando pequenos nódulos estão localizados a mais de 2 cm da superfície pleural, é difícil para o cirurgião determinar a localização exata durante a cirurgia(6). Se estiverem mais profundos no pulmão, a palpação é necessária a fim de localizá-los para a excisão(7). Para todos os outros nódulos, potencialmente ressecáveis por meio de videotoracoscopia, a localização pré-operatória deve ser considerada(8). Há relatos de várias técnicas de localização de nódulos, incluindo marcadores espirais, meios de contraste, cianoacrilato e azul de metileno(9). A localização usando fios- guias foi relatada em séries maiores, às vezes realizadas em combinação com injeção de azul de metileno e em crianças(10–12). A maioria desses sistemas foram customizados ou não especificamente projetados para o tecido pulmonar, mas sim para a localização de lesões mamárias. Em razão da dificuldade em localizar um nódulo durante a cirurgia e do contexto clínico cada vez maior do uso de TC para identificação de nódulos pulmonares no rastreio de câncer de pulmão, tem havido extensa investigação para melhorar as técnicas de localização, a fim de auxiliar a ressecção de pequenos nódulos durante a videotoracoscopia(8). O sistema de marcadores é composto de uma agulha coaxial 18G, um dispositivo de inserção e um fio-guia feito de nitinol, que permite reposicionamento caso não esteja no local adequado, e a ponta em espiral proporciona firme ancoragem no tecido pulmonar (Figura 1). Figura 1. Sistema de marcadores composto por agulha coaxial e o fio-guia. PROCEDIMENTO Com base na localização do nódulo (Figura 2), os pacientes são posicionados na TC para melhor avaliação da profundidade da lesão e otimizar a aproximação do fio e a angulação na posição supina, prona ou oblíqua. Figura 2. PET/TC axial mostra nódulo pulmonar com densidade de partes moles e contornos lobulados localizado no lobo superior do pulmão esquerdo, SUVmáx = 2,19. Após infiltração local com lidocaína 2%, a agulha coaxial é inserida sob orientação da TC, adjacente ou dentro do nódulo, com base em análise multidisciplinar (radiologista intervencionista, médico nuclear e cirurgião torácico). Após a retirada do mandril, o dispositivo de inserção com o fio marcador é implantado. Essa implantação não requer movimento rotativo. Antes de remover a agulha coaxial e o dispositivo de inserção, deve-se confirmar a correta posição do marcador e o ângulo entre a agulha introdutora e a superfície pleural (Figura 3). Posteriormente, uma TC de controle é realizada para verificar a ocorrência de alguma complicação imediata como pneumotórax, hematoma ou qualquer outro achado adicional. Finalmente, é avaliada a distância da ponta espiral ao alvo pretendido. Figura 3. TC, reconstrução MIP de projeção axial, mostra posicionamento do fio-guia adjacente ao nódulo com calcificações grosseiras (seta). O paciente é transportado diretamente para a área de espera pré-operatória. Qualquer queixa é documentada e um breve relatório do procedimento, juntamente com cópias das imagens relevantes da TC, são enviados para a sala de cirurgia. Após a videotoracoscopia e exérese do nódulo (Figura 4), os cirurgiões preenchem um formulário documentando a posição e a precisão da localização do fio-guia e uma breve avaliação em relação ao sistema utilizado. Figura 4. Aspecto macroscópico da peça cirúrgica (nódulo) e fio marcador. REFERÊNCIAS 1. Zurstrassen CE, Bitencourt AGV, Guimaraes MD, et al. Percutaneous stent placement for the treatment of malignant biliary obstruction: nitinol versus elgiloy stents. Radiol Bras. 2017;50:97–102. 2. Schiavon LHO, Tyng CJ, Travesso DJ, et al. Computed tomography-guided percutaneous biopsy of abdominal lesions: indications, techniques, results, and complications. Radiol Bras. 2018;51:141–6. 3. Carneiro GAC, Arantes Pereira FP, Lopes FPPL, et al. Magnetic resonance imaging-guided vacuum-assisted breast biopsy: experience and preliminary results of 205 procedures. Radiol Bras. 2018;51:351–7. 4. Bitencourt AGV, Graziano L, Guatelli CS, et al. Ultrasound-guided biopsy of breast calcifications using a new image processing technique: initial experience. Radiol Bras. 2018;51:106–8. 5. Shaffer K. Role of radiology for imaging and biopsy of solitary pulmonary nodules. Chest. 1999;116(6 Suppl):519S–522S. 6. Hsu HH, Shen CH, Tsai WC, et al. Localization of nonpalpable pulmonary nodules using CT-guided needle puncture. World J Surg Oncol. 2015;13:248. 7. Hochhegger B, Perin FA, Camargo SM, et al. Ground-glass nodules and CT-guided placement of platinum coils. J Bras Pneumol. 2014;40:450–2. 8. Tyng CJ, Baranauskas MVB, Bitencourt AGV, et al. Preoperative computed tomography-guided localization of ground-glass opacities with metallic clip. Ann Thorac Surg. 2013;96:1087–9. 9. Partik BL, Leung AN, Müller MR, et al. Using a dedicated lung-marker system for localization of pulmonary nodules before thoracoscopic surgery. AJR Am J Roentgenol. 2003;180:805–9. 10. Tyng CJ, Schiavon LHO, Coimbra FJF, et al. Modified preoperative computed tomographic-guided localization of colorectal liver metastases with metallic clips—technical note. Clin Colorectal Cancer. 2015;14:123–7. 11. Kleedehn M, Kim DH, Lee FT, et al. Preoperative pulmonary nodule localization: a comparison of methylene blue and hookwire techniques. AJR Am J Roentgenol. 2016;207:1334–9. 12. Parida L, Fernandez-Pineda I, Uffman J, et al. Thoracoscopic resection of computed tomography-localized lung nodules in children. J Pediatr Surg. 2013;48:750–6. 1. Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (HUMAP-UFMS), Campo Grande, MS, Brasil; https://orcid.org/0000-0001-5930-1383 2. Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (HUMAP-UFMS), Campo Grande, MS, Brasil; https://orcid.org/0000-0003-4865-2924 3. MS Diagnósticos Médicos, Campo Grande, MS, Brasil; https://orcid.org/0000-0002-4799-2700 4. Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil; https://orcid.org/0000-0001-8797-7380 5. Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (HUMAP-UFMS), Campo Grande, MS, Brasil; https://orcid.org/0000-0003-0006-3725 Correspondência: Dr. Thiago Franchi Nunes Avenida Senador Filinto Müller, 355, Vila Ipiranga Campo Grande, MS, Brasil, 79080-190 E-mail: thiagofranchinunes@gmail.com Recebido para publicação em 15/3/2018 Aceito, após revisão, em 2/5/2018. |