NOVIDADE EM RADIOLOGIA
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Autho(rs): Tiago Kojun Tibana1; Renata Motta Grubert2; Denise Maria Rissato Camilo3; Edson Marchiori4; Thiago Franchi Nunes5 |
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INTRODUÇÃO
A punção guiada por tomografia computadorizada (TC) é uma das técnicas de radiologia intervencionista mais utilizadas e inclui biópsias, drenagens e procedimentos de ablação por radiofrequência(1–8). Esta técnica varia muito de acordo com o método de imagem escolhido para guiar os procedimentos. Embora a desvantagem de usar a fluoro-TC como método em tempo real seja a sua tendência para aumentar a exposição à radiação ionizante(9,10), existem grandes vantagens em poder fornecer os locais de destino em tempo real, as posições dos órgãos circundantes e a localização da agulha de punção(11). No entanto, a sua instalação é de alto custo e a realidade é que muitas regiões e cidades não têm acesso à fluoro-TC. Portanto, o uso de uma técnica de punção não fluoroscópica continua a ser importante na prática atual(12). A técnica de punção convencional não fornece capacidade de orientação em tempo real para rastrear a agulha e a localização do alvo. O executante deve avançar a agulha seguindo o ângulo planejado com base em seus próprios sentidos. Este procedimento pode ser estressante, devido ao potencial de erros de punção, afetando órgãos vitais, levando eventualmente a complicações. Portanto, para evitar esses erros, é necessário um processo passo-a-passo, com a varredura intermitente da região de interesse para confirmar a localização da agulha cada vez que esta é avançada(12), aumentando, assim, a dose de radiação recebida pelo paciente. Para melhorar a conveniência e a precisão da técnica de punção convencional, pode-se utilizar um aplicativo de smartphone desenvolvido especificamente para auxiliar a orientação da punção(12), associado a um marcador radiodenso posicionado na pele. PROCEDIMENTO O local de punção e o ângulo são determinados da mesma maneira que a técnica convencional, calculado inicialmente pela estação de trabalho da TC, com subsequente marcação do local de punção na superfície corporal do paciente (Figura 1). ![]() Figura 1. TC de tórax axial mostra o planejamento do local da punção, com cálculo do ângulo e marcação na pele entre os marcadores radiopacos (seta). O smartphone é colocado dentro de um plástico esterilizado para facilitar o processo de limpeza e melhorar a segurança do paciente. Uma vez que o ângulo de punção planejado é inserido no aplicativo, um guia é exibido na tela de LCD. Os sensores de movimento incorporados no dispositivo garantem que essa orientação seja constantemente mantida no ângulo desejado, independentemente do ângulo em que o dispositivo está sendo mantido ou se movimentando. A cor de fundo muda de acordo com o ângulo da tela: voltada para cima (rosa), tela voltada para baixo (azul) (Figura 2) e vertical (preto). O centro de rotação do guia move-se livremente no visor e pode ser bloqueado em qualquer local da tela, para que esteja alinhado com o local de punção desejado. O aparelho é finalmente colocado ao longo da linha do feixe marcado na superfície da pele do paciente e a punção é realizada alinhando-se a agulha, de acordo com a orientação mostrada no dispositivo (Figura 3). Isto evita desvios e permite a perfuração mais precisa e no ângulo apropriado (Figura 4). ![]() Figura 2. Ilustração mostrando situação hipotética de punção num ângulo de 30° com inclinação do visor para baixo (tela azul). ![]() Figura 3. Inserção da agulha coaxial guiada pelo ângulo ajustado no aplicativo. ![]() Figura 4. Reconstrução MIP de projeção axial demonstra inserção correta da agulha no ângulo pretendido. REFERÊNCIAS 1. Haaga JR, Alfidi RJ. Precise biopsy localization by computer tomography. Radiology. 1976;118:603–7. 2. Haaga JR, Alfidi RJ, Havrilla TR, et al. CT detection and aspiration of abdominal abscesses. AJR Am J Roentgenol. 1977;128:465–74. 3. Guimarães MD, Marchiori E, Hochhegger B, et al. CT-guided biopsy of lung lesions: defining the best needle option for a specific diagnosis. Clinics (Sao Paulo). 2014;69:335–40. 4. Wile GE, Leyendecker JR, Krehbiel KA, et al. CT and MR imaging after imaging-guided thermal ablation of renal neoplasms. Radiographics. 2007;27:325–39. 5. Tyng CJ, Santos EFV, Guerra LFA, et al. Computed tomographyguided percutaneous gastrostomy: initial experience at a cancer center. Radiol Bras. 2017;50:109–14. 6. Cardarelli-Leite L, Fornazari VAV, Peres RR, et al. The value of percutaneous transhepatic treatment of biliary strictures following pediatric liver transplantation. Radiol Bras. 2017;50:308–13. 7. Schiavon LHO, Tyng CJ, Travesso DJ, et al. Computed tomographyguided percutaneous biopsy of abdominal lesions: indications, techniques, results, and complications. Radiol Bras. 2018;51:141–6. 8. Nunes TF. Percutaneous biopsy of abdominal lesions: what is currently the best diagnostic strategy? Radiol Bras. 2018;51(3):v–vi. 9. Froelich JJ, Saar B, Hoppe M, et al. Real-time CT-fluoroscopy for guidance of percutaneous drainage procedures. J Vasc Interv Radiol. 1998;9:735–40. 10. Silverman SG, Tuncali K, Adams DF, et al. CT fluoroscopy-guided abdominal interventions: techniques, results, and radiation exposure. Radiology. 1999;212:673–81. 11. Daly B, Templeton PA. Real-time CT fluoroscopy: evolution of an interventional tool. Radiology. 1999;211:309–15. 12. Hirata M, Watanabe R, Koyano Y, et al. Using a motion sensorequipped smartphone to facilitate CT-guided puncture. Cardiovasc Intervent Radiol. 2017;40:609–15. 1. Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (HUMAP-UFMS), Campo Grande, MS, Brasil; https://orcid.org/0000-0001-5930-1383 2. Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (HUMAP-UFMS), Campo Grande, MS, Brasil; https://orcid.org/0000-0001-6713-2575 3. Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (HUMAP-UFMS), Campo Grande, MS, Brasil; https://orcid.org/0000-0002-9016-8610 4. Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil; https://orcid.org/0000-0001-8797-7380 5. Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (HUMAP-UFMS), Campo Grande, MS, Brasil; https://orcid.org/0000-0003-0006-3725 Correspondência: Dr. Thiago Franchi Nunes Avenida Senador Filinto Müller, 355, Vila Ipiranga Campo Grande, MS, Brasil, 79080-190 E-mail: thiagofranchinunes@gmail.com Recebido para publicação em 29/3/2018 Aceito, após revisão, em 18/5/2018 |