Resumo:
OBJETIVO: Determinar se existe diferença substancial entre os relatórios de estudos de ressonância magnética realizados no exterior, comparativamente com os relatórios de segunda opinião elaborados por radiologistas subespecializados em oncologia ginecológica, em pacientes encaminhados a centro de referência terciária para estadiamento do câncer do endométrio.
MATERIAIS E MÉTODOS: Foi efetuado estudo retrospectivo com comparação e análise dos respectivos relatórios, de 153 estudos de ressonância magnética submetidos para uma segunda interpretação num centro oncológico. Cada conjunto de relatórios foi categorizado como “concordante” ou “discordante”, relativamente aos achados radiológicos referidos e ao diagnóstico final sugerido. A análise anatomopatológica foi utilizada para determinar o diagnóstico definitivo.
RESULTADOS: Foram identificadas discordâncias em 58/153 (37,9%) relatórios. As segundas interpretações: alteraram o estádio pré-operatório e motivaram uma potencial alteração da abordagem terapêutica em 38/153 (24,8%), forneceram informação diagnóstica mais precisa sem alterar o estádio pré-operatório em 8/153 (5,2%) e sugeriram diagnóstico de um câncer novo em 12/153 (7,8%). Quando foi possível obter um diagnóstico definitivo, encontrado em 41/58 casos (70,7%), o relatório de segunda opinião mostrou ser mais correto em 31 desses 41 estudos (75,6%).
CONCLUSÃO: As discrepâncias entre relatórios realizados no exterior e reavaliados por radiologistas subespecializados são frequentes, motivando uma potencial alteração da abordagem terapêutica num número relevante de casos.
Abstract:
OBJECTIVE: To determine whether there are substantive differences between the initial interpretations of magnetic resonance imaging (MRI) scans acquired at outside facilities and the second-opinion interpretations of radiologists specializing in gynecologic oncology at a tertiary cancer center, among patients referred for endometrial cancer staging.
MATERIALS AND METHODS: This was a retrospective, comparative analysis of 153 initial and second-opinion MRI reports for endometrial cancer staging officially submitted for review by radiologists specializing in gynecologic oncology. For each case, the relationship between the initial and second-opinion reports, regarding the suggested diagnosis and the clinically relevant MRI findings reported, was categorized as “agreement” or “disagreement”. Histopathology was used in order to establish the definitive diagnosis.
RESULTS: Disagreement was found in 58 (37.9%) of the 153 cases. Second-opinion interpretations reported findings that affected the preoperative cancer staging and could have led to a change in treatment in 38 cases (24.8%); that did not affect the preoperative staging but provided information that was more accurate in 8 (5.2%); and that suggested a new cancer diagnosis in 12 (7.8%). In 37 cases (24.2%), there was a potential for changes in patient care. Among the 58 cases of disagreement, a definitive (histopathological) diagnosis was made in 41 (70.7%). In 31 (75.6%) of those 41 cases, the second-opinion report was more accurate than was the initial report.
CONCLUSION: Discordant interpretations of MRI examinations, which can have a substantial effect on the clinical management of patients, appear to be common.
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