EDITORIAL
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Autho(rs): Edson Marchiori |
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O critério atualmente mais usado para avaliar a qualidade dos periódicos científicos é o fator de impacto (FI), criado pela companhia americana Thomson Reuters, por meio do indexador Web of Knowledge, denominado Journal Citation Reports (JCR). O índice é calculado pelo Institute for Scientific Information (ISI) com base nas citações, em um determinado ano, dos artigos publicados por uma revista específica nos dois anos anteriores. O Cites per Doc (CPD) – 2 anos, da editora holandesa Elsevier, cujo indexador é o Scimago, ligado à base Scopus, é outra métrica com a mesma fórmula para cálculo do índice. Assim, tanto o FI quanto o CPD indicam a importância de determinada revista por meio da frequência de citações dos artigos nela publicados(1).
Na avaliação referente ao último quatriênio dos Programas de Pós-Graduação brasileiros, a base Scopus/Scimago passou a ser adotada para classificação dos periódicos, somando-se ao ISI, que era previamente o único critério de avaliação. Segundo o Comunicado nº 001/2012, feito pela Capes, a área de Medicina II (na qual os Programas de Pós-Graduação em Radiologia estão inseridos) passou a considerar, para a classificação dos periódicos, tanto o FI quanto o CPD. Para as revistas indexadas nas duas bases, passou a ser considerado o índice de maior valor. As modificações promovidas pela Capes no seu sistema de avaliação dos periódicos para os Programas de Pós-Graduação trouxeram para o cenário nacional o que já é realidade no universo científico internacional: o crescente papel do Scopus/Scimago, comparável à mais tradicional e até recentemente única, a amplamente usada base ISI-Web of Science. A base Scimago vem se firmando por abranger um número maior de publicações científicas, incluindo todas as da base ISI. Ela abrange por volta de duas vezes mais revistas que a base ISI, procedentes de um número três vezes maior de países. A base Scopus/Elsevier é hoje a maior fonte referencial de literatura técnica e científica revisada por pares. Mediante mecanismos de busca, fornece informações sobre assuntos publicados por um determinado país, uma determinada instituição, ou um determinado autor. Uma série de estudos comparando ambas as bases não mostrou um vencedor claro, havendo vantagens e desvantagens no uso de cada uma delas. Na verdade, os fatores de impacto calculados pelas duas bases apresentam, em média, valores bastante semelhantes. Importante ressaltar que ambas são propriedade de firmas comerciais, sendo a base ISI de acesso pago e o Scimago de acesso gratuito. A adoção da base Scopus/Scimago pela Capes na classificação das revistas aumentou consideravelmente a importância da Radiologia Brasileira no cenário acadêmico brasileiro, uma vez que ela está indexada nesta base. Na classificação do quatriênio 2012–2016, a revista foi classificada como Qualis B2 (revistas com impacto entre 0,8 e 1,6). Na última avaliação da base Scimago(2), divulgada em setembro de 2017, a revista teve o seu impacto (CPD – 2 anos) calculado em 2,20 e passou a ocupar a posição 65 entre as 287 revistas de radiologia, medicina nuclear e imagem indexadas pela base. Dentre as 88 revistas brasileiras de medicina indexadas, a Radiologia Brasileira ocupa hoje a terceira posição. Dentre as 200 revistas de medicina da América Latina indexadas, ocupa também a terceira posição. Esperamos que estes indicadores da posição da Radiologia Brasileira nos contextos nacional e internacional não fiquem limitados como meros índices numéricos, mas propiciem estímulos para que a nossa revista alcance reconhecimento científico cada vez maior. REFERÊNCIAS 1. Rocha e Silva M. Reflexões críticas sobre os três erres, ou os periódicos brasileiros excluídos. Clinics. 2011;66:3–7. 2. SJR – SCImago Journal & Country Rank. Journal rankings 2016. [cited 2017 Sept 17]. Available from: http://www.scimagojr.com/journalrank.php. Professor Titular da Universidade Federal do Rio de Janeiro, (UFRJ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil. E-mail: edmarchiori@gmail.com |