Radiologia Brasileira - Publicação Científica Oficial do Colégio Brasileiro de Radiologia

AMB - Associação Médica Brasileira CNA - Comissão Nacional de Acreditação
Idioma/Language: Português Inglês

Vol. 45 (Supl.1) nº 0 -  of 2012

XL CONGRESSO BRASILEIRO DE RADIOLOGIA - TEMAS LIVRES
Print 

Page(s) 73 to 78



Temas Livres

PDF Português      

Texto em Português English Text

Código do trabalho: 48

MAMA

Avaliação de um novo algoritmo de processamento de imagens para detecção de agrupamentos de microcalcificações em mamografias digitais.

Homero Schiabel; Evanivaldo Castro Silva Jr

Escola de Engenharia de São Carlos – Universidade de São Paulo (EESC-USP) – São Carlos, SP, Brasil.

O objetivo deste trabalho é avaliar o efeito de um algoritmo desenvolvido com base em equações diferenciais parciais (EDP) para o processamento de imagens digitais mamográficas, visando à detecção de microcalcificações agrupadas. Esse novo método, que tem um enfoque especial nos casos de mamas densas, fundamenta-se num modelo que objetiva remover o ruído comum nas imagens mamográficas, preservando os elementos estruturais, para que o realce de alta frequência não aumente significativamente os resultados falsos positivos. Os testes reportados aqui foram feitos com três conjuntos de imagens: a) 200 mamografias reais completas; b) 50 regiões de interesse (ROIs) de mamografias reais; c) 50 regiões de interesse (ROIs) de imagens de phantoms mamográficos. Em todos os conjuntos, metade dos casos correspondia a imagens com presença de algum agrupamento de microcalcificações e metade representava casos normais. As imagens reais foram obtidas a partir de um mamógrafo Senographe 500t e digitalizadas num scanner Lumiscan 50 com resolução de contraste de 12 bits e espacial de 1024 pixels por linha (pixel de 0,15 mm) e extraídas de nossa base de dados, contendo o laudo radiológico. Os resultados da avaliação apontaram que o modelo desenvolvido apresentou a maior sensibilidade (94%, 1,0 falso positivo por imagem para os casos de existência de agrupamentos e 0,3 para os normais) quando trabalhando com o conjunto das ROIs de imagens reais. O desempenho caiu, como era de se esperar, para operação com o primeiro conjunto de imagens (reais completas), em que a sensibilidade ficou em 90% mas com o dobro de falsos positivos por imagem. Ainda assim a alta sensibilidade do modelo permite considerar sua utilização como um dos módulos de nosso protótipo de um esquema CAD, previamente desenvolvido em nosso grupo, atualmente em fase de testes clínicos.




Código do trabalho: 61

GENITURINÁRIO / TGI

Correlação entre as características das alterações focais da zona periférica da próstata, descritas à ultrassonografia transretal, com a prevalência do adenocarcinoma prostático.

Murilo Augusto de Almeida Rodrigues; Sergio Aron Ajzen; Hugo Alexandre Socrates Castro

Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) – São Paulo, SP, Brasil.

OBJETIVO: Avaliar as diversas características das alterações focais descritas na zona periférica da próstata e suas relações com a prevalência do adenocarcinoma prostático, utilizando a análise histopatológica como padrão de referência.
MÉTODOS: Foram selecionados 23 pacientes e um total de 25 alterações focais da zona periférica. Os pacientes foram submetidos à coleta de fragmentos teciduais da próstata que, juntamente com os fragmentos das alterações focais, foram encaminhados para análise histopatológica. Foram analisadas as relações entre o volume, a ecogenicidade e os contornos das alterações focais, com a prevalência do câncer prostático. Foram também avaliadas as relações entre a idade dos pacientes, o volume da glândula prostática e a densidade de PSA, e a prevalência do câncer. Foi estabelecida a concordância entre a análise anatomopatológica das alterações focais com a análise da próstata como um todo, considerando-se o fragmento com maior grau de atipia.
RESULTADOS A idade dos pacientes variou de 51 a 83 anos, com idade média de 71,09 anos. O volume prostático variou de 20 a 98 cm3, com média de 48,3 cm3. A densidade de PSA apresentou variação de 0,05 a 1,29 ng/ml, com média 0,35 ng/ml. As alterações focais apresentaram média de volume de 1,3 cm3, variando de 0,03 a 22,9 cm3. A maioria, 18 das 25 alterações focais, apresentou limites bem definidos. Em relação à ecogenicidade, também 18 das 25 foram caracterizadas como hipoecogênica. A análise histopatológica das alterações focais evidenciou estroma sem atipia em 14, neoplasia intraepitelial prostática de alto grau em 4 e adenocarcinoma de próstata em 7 delas. A análise estatística demonstrou diferença significante apenas para a densidade de PSA. As demais variáveis não apresentaram correlação estatística com a prevalência do adenocarcinoma.
CONCLUSÃO: Não há correlação estatisticamente significante entre as diversas características das alterações focais da zona periférica da próstata, sejam elas: volume; limites ou ecogenicidade, com a prevalência do adenocarcinoma de próstata, quando utilizado o estudo histopatológico como padrão de referência.




Código do trabalho: 109

GENITURINÁRIO / TGI

Achados da endometriose infiltrativa pélvica à ressonância magnética.

Lynn Ulysses Ferreira dos Santos; Maria Ângela Santos Nothaft; Leonardo Alvim Silva Machado

Multiscan Vitória – Vitória, ES, Brasil.

INTRODUÇÃO: A endometriose infiltrativa consiste na presença de tecido endometrial em outros locais senão a cavidade endometrial, com invasão subperitoneal que excede 5 mm em profundidade. Esta doença vem cada vez mais sendo diagnosticada com o advento dos métodos de imagem, notadamente a ressonância magnética (RM).
DESCRIÇÃO: Neste estudo são demonstrados, na forma de ensaio iconográfico, os principais achados da endometriose infiltrativa pélvica profunda à RM de 1,5 T. Esta afecção pode acometer a maioria das estruturas pélvicas, sendo que as mais comuns são os ligamentos uterossacros e largos, fundo de saco anterior e posterior, septos vesico e retovaginal, reto e sigmoide, vagina e útero, abordados neste ensaio.
DISCUSSÃO: Atualmente, a ressonância magnética pélvica tornou-se uma das ferramentas mais importantes no diagnóstico da endometriose infiltrativa.




Código do trabalho: 125

MEDICINA INTERNA

Colonografia por tomografia computadorizada com marcação fecal e sem uso de laxativos no estadiamento do câncer colorretal.

Alexandre Calabria da Fonte; Rubens Chojniak; Fabio de Oliveira Ferreira; Paula Nicole Vieira Pinto Barbosa; Almir Galvão Vieira Bitencourt

Hospital A.C. Camargo – São Paulo, SP, Brasil.

INTRODUÇÃO: A avaliação pré-operatória por métodos de imagem do carcinoma colorretal tem ganhado cada vez mais importância. A vantagem da colonografia por tomografia computadorizada (CTC) em relação aos outros métodos é que permite em um mesmo exame o estadiamento completo do carcinoma e a avaliação precisa do restante do cólon. Todavia, o desconforto gerado pelo preparo com laxativos é uma desvantagem do método. Portanto, um preparo menos incômodo poderia ser bastante interessante nesse contexto.
OBJETIVOS: Avaliar o impacto da inclusão da CTC com uso de marcação fecal e sem uso de laxativos ao estudo tomográfico utilizado de rotina no estadiamento de pacientes com diagnóstico de câncer.
MÉTODOS: A CTC sem laxativos e com marcação fecal com contraste iodado foi realizada em 31 pacientes com diagnóstico ou alta suspeita de carcinoma colorretal, sendo avaliada a tolerância dos pacientes ao exame e a qualidade dos mesmos. Foi feita correlação patológica em 25 tumores. Dois radiologistas, independentemente, avaliaram a qualidade dos exames e acurácia da CTC para o estadiamento do câncer colorretal segundo os critérios TNM. As mudanças no planejamento cirúrgico determinadas pela CTC foram avaliadas.
RESULTADOS Todos os exames foram bem tolerados e apenas um apresentou qualidade insatisfatória. A CTC identificou todos os tumores e apresentou acurácia de 80%, 56% e 100% para a avaliação da profundidade tumoral, linfonodal e de metástases, respectivamente. Foram observadas alterações no planejamento cirúrgico após a CTC em 20,8% dos casos (todos com colonoscopia ópticas incompletas). Nenhum pólipo com mais de 0,9 cm deixou de ser identificado.
CONCLUSÕES: A CTC sem utilização de laxativos e com marcação fecal demonstrou ser um método útil na avaliação pré-operatória de pacientes com diagnóstico de carcinoma colorretal, auxiliando no planejamento cirúrgico, principalmente nos pacientes com colonoscopia incompleta.




Código do trabalho: 133

MUSCULOESQUELÉTICO

Achados ultrassonográficos em exames de ombro e punho dominante em pacientes assintomáticos.

Carolina Gracinda Modesto; Mariana Estacia Ambros

Med Imagem - Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo – São Paulo, SP, Brasil.

O presente trabalho tem por objetivo avaliar as alterações e a prevalência das mesmas em ultrassonografias de ombro e punho dominante em pacientes assintomáticos. Foi realizada análise retrospectiva de cerca de 200 ultrassonografias de ombro e punho dominante, como exame admissional, em pacientes assintomáticos. Os exames foram realizados neste serviço por médicos radiologistas e residentes em radiologia sob supervisão, durante o período de 6 meses (iniciando em setembro de 2010). Foram estudados separadamente os exames de ombro e punho, analisando-se a prevalência das alterações, assim como sua distribuição por sexo e faixa etária. Foi realizada revisão da literatura das alterações encontradas. Observamos que, apesar de assintomáticos, alguns pacientes (cerca de 15%) apresentaram alterações ultrassonográficas como tendinopatias, bursites, espessamento do nervo mediano, cistos sinoviais, entre outras.




Código do trabalho: 222

NEURO / CABEÇA E PESCOÇO

Lipomatose cervical benigna sistêmica: relato de um caso.

Rodrigo Lucas Passos de Souza; Leonardo Azevedo; Abdiel de Lira Rolim; Mauricio Rodrigues Freitas; Fernando Mota de Carvalho; Milena Belmock; Oswaldo Montessi; Domenico Capone

Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) – Rio de Janeiro, RJ, Brasil.

INTRODUÇÃO: A lipomatose cervical benigna sistêmica (LCBS) ou doença de Madelung é uma enfermidade rara e de etiologia desconhecida, caracterizada pela deposição simétrica de gordura no espaço subcutâneo usualmente na região cervical.
DESCRIÇÃO: Paciente F.A.A., sexo masculino, 69 anos de idade, admitido no serviço de clínica médica para investigação de aumento progressivo de partes moles na região cervical há três anos, sem outras queixas ou sintomas associados. Nos antecedentes patológicos apresentava hepatopatia crônica devido a etilismo importante. Ao exame físico encontrava-se em bom estado geral, com presença de volumosa massa simétrica na região cervical. Foi realizada tomografia computadorizada (TC) de crânio e região cervical, que evidenciou acometimento de tecido celular subcutâneo, não encapsulado e simétrico, compatível com LCBS.
DISCUSSÃO: A maioria dos casos de LCBS ocorre em indivíduos do sexo masculino, de 30 a 50 anos, estando frequentemente associada ao etilismo. O seu aspecto histológico revela que o tecido gorduroso das massas cervicais é semelhante ao tecido gorduroso normal. A TC é considerada um método satisfatório para o diagnóstico, devido ao seu menor custo em comparação com a ressonância magnética. Também é importante para afastar a possibilidade de doença maligna eventualmente considerada nos casos de aumento do volume cervical. O tratamento cirúrgico apresenta os melhores resultados estéticos e funcionais e a TC é uma importante ferramenta para informar a extensão e localização das massas gordurosas, facilitando o estadiamento pré-operatório, além de contribuir com o acompanhamento pós-cirúrgico dos pacientes com LCBS.




Código do trabalho: 247

NEURO / CABEÇA E PESCOÇO

O uso da ultrassonografia no diagnóstico e seguimento de nódulos tireoidianos.

Rafael Eugenio Lazarotto1; Nadya Giselle de Almeida Silva2; Carlos Vinicius Costa de Mendonça Junior1; Pedro Henrique Xavier Sá Bezerra de Menezes1; Claudio Emmanuel Gonçalves da Silva Filho1; Fernanda Isabel de Negreiros Luz1; Ednaldo Queiroga Filho1; Allysson Magno Soares Ribeiro1

1. Faculdade de Medicina Nova Esperança (Famene) – João Pessoa, PB.
2. Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná (UFPR) – Curitiba, PR, Brasil.

Os nódulos tireoidianos são, de certa forma, comuns na população em geral, evidenciando-se no sexo feminino uma incidência de 7/1. A frequência aumenta com a utilização da ultrassonografia, e esta, em razão de ser um método simples, não invasivo, que apresenta importante correlação com a macroscopia dos nódulos tireoidianos, tornase um exame muito utilizado na avaliação inicial e seguimento de lesões nodulares da tireoide. Este trabalho trata-se de uma revisão da literatura sobre nódulos tireoidianos e a utilização ultrassonográfica para diagnóstico e seguimento. O nódulo tireoidiano é clinicamente encontrado em cerca de 4% da população. Quando se utiliza da ultrassonografia como ferramenta diagnóstica, este número se eleva exponencialmente para cerca de 30% a 60%, e para melhor caracterizar o achado dispõe-se de uma classificação ultrassonográfica utilizada para avaliação desses nódulos tireoidianos, sendo observados o conteúdo nodular, a ecogenicidade, os contornos e existência de microcalcificações, tornando-se uma ferramenta de importante valia quando solicitado para avaliação da imagem tireoidiana. Demonstra-se a evidente relevância do exame como auxílio no diagnóstico e seguimento dos nódulos tireoidianos, já que resultados demonstram a grande sensibilidade do exame quando utilizado de forma criteriosa.




Código do trabalho: 267

MAMA

Mamografia: incidências, manobras, vantagens e desvantagens, contraindicações e complicações ao método.

Carlos Felipe do Rego Barros Milito; Auro Augusto Junqueira Côrtes; Bruno Henrique Magalhães Pizoletto; Leonardo Stelatti Garcia; Michel Santana Michelan; Sergio Elias Nassar de Marchi; Gladstone Mattar; Iris Moura Castro

Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE) / IAMSPE – São Paulo, SP, Brasil.

INTRODUÇÃO: A mamografia se afirma o principal exame de triagem para a detecção precoce do câncer de mama. Para que tal objetivo seja alcançado, todos os critérios técnicos devem ser seguidos, entre eles o posicionamento. Posicionamento em mamografia consiste nas diferentes formas de posicionar a paciente e o aparelho, a fim de conseguir exposição máxima do tecido mamário. Constitui um dos aspectos mais importantes na realização do exame mamográfico, sendo fundamental para o diagnóstico de afecções mamárias.
DESCRIÇÃO DO MATERIAL: Apresentação das principais incidências e manobras para obtenção de imagens radiográficas dos segmentos mamários: médio-lateral oblíquas, crânio-caudal, crânio-caudal exagerada lateralmente, prolongamento axilar da mama, incidência de clivagem, caudo-craniana e perfil, manobra de compressão focal, magnificação, rolamento, Eklund. Os aspectos técnicos do posicionamento mamográfico, as vantagens e desvantagens e a indicação de cada manobra serão discutidos. As contraindicações relativas ao método, por exemplo, pacientes gestantes, pacientes em pós-operatório imediato de cirurgias mamárias e as eventuais complicações decorrentes do procedimento também serão abordadas.
DISCUSSÃO: Por fim, serão discutidas as consequências de exames realizados com técnica incorreta, já que poderão dificultar a visualização de grandes volumes de tecidos mamários, retardando o diagnóstico de patologias e interferindo no prognóstico da paciente.




Código do trabalho: 278

OUTROS

Profilaxia das reações alérgicas aos meios de contraste iodados: revisão bibliográfica à luz dos conhecimentos atuais.

Carlos Felipe do Rego Barros Milito; Leonardo Stelatti Garcia; Michel Santana Michelan; Marcelo Francisco Zagatti; Tatiane Cantarelli Rodrigues; Weiler Rezende Mendonça; Gladstone Mattar; Carolina Sasaki Vergílio

Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE) / IAMSPE – São Paulo, SP, Brasil.

INTRODUÇÃO: O objetivo deste trabalho é apresentar, de maneira clara e objetiva, uma revisão bibliográfica sobre as indicações para prescrição de medicamentos considerando a profilaxia de crises alérgicas devido ao uso de contrastes iodados, abordando também as indicações de cada classe (iônicos e não iônicos) de agentes iodados. Também serão discutidos os principais mitos que permeiam o tema.
DESCRIÇÃO: O uso do contraste iodado representou uma revolução na realização dos exames diagnósticos, por melhorar a definição das imagens obtidas, mas, principalmente nos primórdios, seu uso provocou o surgimento de grande variedade de reações adversas – algumas delas fatais. Tais efeitos deveram-se principalmente ao uso de agentes iônicos hiperosmolares. Nos dias atuais, mesmo com o desenvolvimento de novas classes de compostos iodados, mais seguros e inertes ao organismo humano, muitos profissionais ainda têm medos e dúvidas antes de prescrever o contraste. Tal situação, provocada por diversos fatores – experiências de reações adversas anteriores, falta de preparo para conduzir um paciente com reação adversa e falta de consenso sobre o assunto –, faz com que diversos médicos prescrevam de maneira exagerada e indiscriminada medicamentos visando à profilaxia das crises. Neste trabalho será apresentado um resumo dos principais e mais atuais trabalhos científicos publicados sobre o tema em sites, revistas e jornais.
DISCUSSÃO: Tendo como base a revisão bibliográfica atualizada, os autores irão expor os principais fatores de risco, os efeitos adversos mais comuns e mais graves e também tentarão encontrar um senso comum sobre quais e quando indicar medicamentos profiláticos para as reações adversas ao meio de contraste, ajudando a esclarecer dúvidas comuns aos profissionais que lidam com esses compostos.




Código do trabalho: 296

GENITURINÁRIO / TGI

Hematúria maciça por ruptura de aneurisma intrarrenal: relato de caso e revisão da literatura.

Diva Helena Ribeiro1; Gerson Ferreira Gontijo2; Denis Szejnfeld1; Welton Alencar Carvalho1; Mariana Attie Akl1; Vinicius Adami Fornazari1; Daniel Lopes Azevedo1; Leonardo Furtado Freitas1

1. Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE) / IAMSPE.
2. CURA – São Paulo, SP, Brasil.

INTRODUÇÃO: Aneurismas de artérias intrarrenais constituem uma condição rara. A prevalência de aneurismas de artérias renais é de 0,01%– 1% e 2,5% em pacientes hipertensos. Os aneurismas de artérias renais intraparenquimatosos representam menos de 10% desses casos e geralmente são decorrentes de traumas renais ou doenças vasculares. Podem complicar com trombose, hipertensão, infarto renal e ruptura. Os exames de imagem usados na investigação são: ultrassonografia com Doppler, angiorressonância, tomografia computadorizada e arteriografia. As opções de tratamento incluem a observação, aneurismectomia cirúrgica, procedimentos endovasculares, nefrectomia total ou parcial.
OBJETIVO: Relatar um caso de aneurisma intrarrenal que se apresentou com ruptura para o sistema coletor e hematúria maciça.
DESCRIÇÃO DO MATERIAL: Paciente do sexo masculino, 55 anos de idade, com história de perda ponderal, associada a lombalgia há um mês, evoluindo com hematúria importante por dois dias. Negava traumas, biópsia ou procedimentos. Realizou tomografia computadorizada, que mostrou conteúdo denso/hemorrágico em cálices, ureter e pelve renal à direita. A urografia excretora demonstrou falha de enchimento no rim direito. A ressonância magnética evidenciou formação ovalada no terço médio do rim direito, apresentando realce vascular pelo meio de contraste e área de hematoma adjacente, e foi sugerido realizar uma arteriografia armada. O procedimento evidenciou um aneurisma roto de artéria renal, de localização intrarrenal. O paciente foi submetido a nefrectomia e a peça foi encaminha para patologia. Posteriormente, o resultado anatomopatológico constatou alterações do tipo displasia fibromuscular da artéria renal associada a aneurisma roto em região mesorrenal, com a presença de hematoma em organização.
DISCUSSÃO: Aneurismas de artérias segmentares renais constituem uma condição pouco frequente e raramente apresentam-se com hematúria. O conhecimento adequado dos aspectos de imagem permite ao radiologista realizar um diagnóstico preciso e auxiliar na condução do caso.




Código do trabalho: 304

NEURO / CABEÇA E PESCOÇO

Avaliação da integridade da substância cinzenta e substância branca em pacientes com esclerose mesial temporal: estudo por técnicas avançadas de ressonância magnética.

Mariana Leite Pereira; Nina Ventura; Emerson Leandro Gasparetto; Paulo Bahia; Tadeu Kubo; Thomas Doring

Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) – Rio de Janeiro, RJ, Brasil.

INTRODUÇÃO: Avaliar a integridade da substância cinzenta (SC) e branca (SB) de pacientes com esclerose mesial temporal (EMT), utilizando técnicas avançadas de ressonância magnética (RM).
CASUÍSTICA E MÉTODOS: Trinta e três pacientes com EMT (19 à direita e 14 à esquerda) e 27 indivíduos controles, pareados por sexo e idade, foram submetidos ao exame de RM em aparelho de 1.5 T. A sequência T1-MPRAGE sagital com o protocolo otimizado para o estudo da avaliação da espessura cortical foi obtida. Além disso, foi obtido tensor de difusão (TD) com protocolo especial, para avaliação da anisotropia fracionada (AF), e posterior processamento baseado na análise do "tract based spatial statistics" (TBSS). A avaliação da espessura cortical foi realizada com o programa Freesurfer e a integridade da SB com a FLS (ferramenta do TBSS). Nós comparamos pacientes com EMT direita e esquerda com os controles.
RESULTADOS PRINCIPAIS: Os pacientes com EMT esquerda apresentaram redução significativa da espessura cortical na região para-hipocampal e regiões frontal superior e pré-central do hemisfério esquerdo, assim como na região pré-central do hemisfério contralateral. Nos pacientes com EMT direita, as alterações foram restritas ao hemisfério direito, com a participação do giro pós-central. Um padrão semelhante de envolvimento da SB também foi visto nos pacientes com EMT esquerda, uma vez que apresentaram extensas áreas de redução da AF em ambos os hemisférios, principalmente nos lobos temporal e parietal ipsilateral ao foco epileptogênico. Já os pacientes com EMT direita não apresentaram áreas significativas de redução de FA.
CONCLUSÕES OBJETIVAS:Estes resultados corroboram a hipótese de que os pacientes com EMT esquerda apresentam um comprometimento mais severo e extenso quando comparados com os pacientes com EMT direita. A melhor compreensão das alterações de imagem vista em pacientes com EMT podem fornecer importantes informações sobre a fisiopatologia da doença e, consequentemente, melhorias nas estratégias de tratamento e prognóstico.




Código do trabalho: 338

NEURO / CABEÇA E PESCOÇO

Resultado da radioterapia no CEC de laringe.

Gustavo Santos Boasquevisque; Eliana Santos Boasquevisque; Fabiana Antonio Fraga; André Emerick Seixas; Roseane Fialho da Silva; Emilson Freitas; Edson Mendes Boasquevisque

Instituto Nacional de Câncer (INCA) – Rio de Janeiro, RJ, Brasil.

INTRODUÇÃO: A cirurgia e a radioquimioterapia são alternativas para o tratamento do carcinoma epidermoide (CEC) de laringe, mas danos profundos podem ocorrer nas estruturas irradiadas.
OBJETIVO: Avaliar as alterações pós-radioterapia (RTx) para o CEC de laringe pela tomografia computadorizada (TC) e clínica.
MATERIAIS E MÉTODOS: Avaliaram- se os exames pré e pós-RTx de 21 pacientes com CEC de laringe. Intervalo pós-tratamento: 4 a 25 meses (X = 13 meses). Avaliaramse: linfonodos (LN), cartilagens e volume tumoral (VT).
RESULTADOS De 12 pacientes com LN positivos, 9 reduziram, 3 não se modificaram e 1 piorou; das cartilagens, 1 dos casos sem alterações evoluiu para lise e 8 com esclerose não se modificaram; sobre o VT, 13 (61%) reduziram, 4 (19%) ficaram inalterados e 4 (19%) aumentaram. Clinicamente, 5 (24%) casos pioraram e o restante apresentou melhora.
CONCLUSÕES: Em 19% dos casos o VT aumentou, contra 24% com piora clínica, indicando que a mensuração do VT deve ser acompanhada da avaliação clínica. A esclerose de cartilagem não parece ser bom indicador de doença ou resposta ao tratamento. A necrose de cartilagem ocorreu na ausência de doença.




Código do trabalho: 350

NEURO / CABEÇA E PESCOÇO

Angioplastia de carótida: resultados perioperatórios.

Márcio Fernando Costa Medeiros1; Ângelo Mário de Sá Bonfim Filho1; Rui Oliveira Costa2; Fernando T. Gameleira1; Anna Carolina Mendonça de Andrade3; Igor Gomes Padilha3; Lucas de Pádua Gomes de Farias3; Bruno Fernandes Cavalcante3

1. Centro de Neuroradiologia Terapêutica e Radiologia Intervencionista - Angioneuro.
2. MedRadiUs.
3. Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Alagoas (Famed/UFAL) – Maceió, AL, Brasil.

INTRODUÇÃO: A doença cardiovascular é a principal entidade causadora de enfermidades no Brasil e contribui de forma expressiva para a morbimortalidade. Dentre estas doenças, as cerebrovasculares, particularmente os acidentes vasculares cerebrais (AVC), ocupam o primeiro lugar em taxa de mortalidade na população brasileira. Pacientes com estenose importante de carótida são de alto risco para AVC isquêmico. A angioplastia tem se mostrado alternativa segura e eficaz à endarterectomia de carótida, oferecendo vantagens relevantes.
OBJETIVO: Determinar qual a taxa de complicações maiores no tratamento endovascular da estenose de artérias carótidas no período perioperatório (período envolvendo o transoperatório e até o 30º dia pós-operatório).
CASUÍSTICA E MÉTODOS: Estudo descritivo de série de casos. Foram selecionados pacientes portadores de estenose de artéria carótida admitidos para angioplastia no período de agosto de 2008 a junho de 2011.
RESULTADOS PRINCIPAIS: O critério de indicação para angioplastia nos pacientes sintomáticos foi de estenose maior que 70% e nos assintomáticos, maior que 80%. Em todos os casos foi utilizado sistema de proteção cerebral antiêmbolo. Neste período foram realizadas 30 angioplastias. Não ocorreu AVC, infarto agudo do miocárdio (IAM) ou óbito. O sucesso técnico foi de 100%. Dentre as complicações menores, foram observados um caso de hematoma pequeno, que foi tratado clinicamente, e outro de microembolia para membros inferiores associado a insuficiência renal aguda, por provável ateromatose de aorta.
CONCLUSÕES OBJETIVAS:Nesta série de casos não houve complicações maiores (AVC, IAM ou óbito) no período até 30 dias do pós-operatório. Complicações inerentes aos procedimentos realizados por via endovascular podem ocorrer também na angioplastia de carótida.




Código do trabalho: 355

NEURO / CABEÇA E PESCOÇO

O uso da sequência BOLD em repouso na avaliação de pacientes com lúpus eritematoso sistêmico.

Fernanda Rueda Lopes; Rafael Silveira Borges; Denis Batista Pereira; Bruno Farnetano; Emerson Leandro Gasparetto

Hospital Universitário Clementino Fraga Filho da Universidade Federal do Rio de Janeiro (HUCFF-UFRJ) – Rio de Janeiro, RJ, Brasil.

INTRODUÇÃO: O lúpus eritematoso sistêmico (LES) cursa com vasculite. Esse processo ocorre também no cérebro.
OBJETIVO: O objetivo deste trabalho é a avaliação da organização cerebral funcional destes pacientes durante o decorrer da doença.
METODOLOGIA: Vinte e três pacientes com LES e oito controles livres de doenças neurológicas foram estudados num aparelho de ressonância magnética (RM) de 3 tesla com sequências convencionais pesadas em T1 e T2 e sequência BOLD ("blood oxygen level dependent") adquirida em repouso. As imagens foram pós-processadas usando o programa FSL (FMRIB, Oxford). As imagens pesadas em T1 de todo o grupo foram alinhadas com o mapa cerebral padrão (MNI152) e com as imagens em BOLD e comparações estatísticas baseadas nos voxels foram realizadas pelo programa, sendo que um p-valor menor que 0,05 foi considerado estatisticamente significativo.
RESULTADOS Vinte e três redes de ligação neuronal foram encontradas após a aplicação da "independent component analysis" (ICA), sendo que as oito mais comuns foram encontradas, considerando as redes de atenção e função executiva, visão, audição, sensório-motora e fronto-parietal bilateral e "default-mode" (DMN). A comparação destas redes neuronais entre pacientes e controles após a técnica estatística da dupla regressão mostrou que na DMN havia áreas de sincronização frontal maiores nos pacientes que nos controles, o mesmo acontecendo nas regiões frontais da rede fronto-parietal direita.
CONCLUSÃO: O aumento da sincronização destas redes neuronais em pacientes com relação aos controles indica que o cérebro está buscando um mecanismo compensatório de reorganização funcional para balancear os efeitos do LES no sistema nervoso central.




Código do trabalho: 432

RADIOLOGIA PEDIÁTRICA

Avaliação ultrassonográfica da hidronefrose neonatal.

Marcos Gomes da Silva; Samuel Alves Santana Filho; Jorge Rezende Couto Neto

Med Imagem – Feira de Santana, BA, Brasil.

INTRODUÇÃO: A hidronefrose no período pré-natal é a manifestação mais frequente das más-formações do trato urinário fetal. Estas más-formações estão altamente associadas a dano renal permanente e são a principal causa de hipertensão arterial sistêmica e insuficiência renal na infância e adolescência. Portanto, a detecção e tratamento precoces destas condições são fundamentais para evitar a morbimortalidade da nefropatia crônica em crianças e adultos jovens.
MATERIAL E MÉTODOS: Revisão de literatura pesquisando trabalhos que buscam unificar a linguagem e classificação da hidronefrose neonatal.
RESULTADOS A ultrassonografia (US) é de fato o melhor método para rastreio destas desordens, devido a sua acessibilidade, praticidade, segurança e baixo custo. A US consegue suspeitar, e até mesmo definir, o diagnóstico de diversas doenças estruturais urinárias, sem necessidade de transporte do paciente, sedação, meios de contraste e radiação ionizante. A US também já possui papel importante na definição de conduta cirúrgica ou clínica baseadas em dados objetivos no manejo da hidronefrose neonatal. Este trabalho sugere um protocolo para avaliação ultrassonográfica morfológica, estrutural e funcional do trato urinário e reconhecimento das más-formações mais comuns em neonatos com hidronefrose detectada intraútero. Enfatiza, também, a importância da preparação do paciente para o exame, graduação ou classificação criteriosa baseada e medidas reprodutíveis na hidronefrose, utilização do Doppler, ajuste de ganho e harmônica, bem como limitações do método.
 
RB RB RB
GN1© Copyright 2024 - All rights reserved to Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem
Av. Paulista, 37 - 7° andar - Conj. 71 - CEP 01311-902 - São Paulo - SP - Brazil - Phone: (11) 3372-4544 - Fax: (11) 3372-4554