EDITORIAL
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Autho(rs): Edson Marchiori |
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Um dos principais aspectos dos grupos sociais é o da associação, mediante a criação de parcerias em busca de diversos objetivos comuns, como sociais, de defesa, financeiros, esportivos, entre outros.
Também na esfera científica e acadêmica é essencial firmarem-se parcerias, agregando conhecimento e experiências de diferentes grupos e instituições no interesse de todos. Na maioria dos países do primeiro mundo, pesquisas multicêntricas congregando universidades, hospitais e empresas governamentais e privadas são comumente desenvolvidas, o que timidamente está sendo implementado em nosso país. Causa estranheza quando se discutem, na prática, os motivos de grupos e instituições fortes, experientes e consolidados – que têm muito a oferecer para a sociedade em termos de conhecimento – não publicarem os resultados de suas pesquisas. Várias justificativas são colocadas, algumas bastante fortes e coerentes: a falta de treinamento e capacitação para organizar o seu material, a dificuldade de redigir trabalhos nos moldes acadêmicos e, a maior delas, a falta de tempo, em razão do dia-a-dia de trabalho sempre atribulado. Todavia, essas e outras dificuldades intrínsecas a pesquisas – uni ou multicêntricas – e publicação de seus resultados podem ser superadas estabelecendo-se parcerias entre grupos/instituições/profissionais com material científico de alta qualidade, com arquivos bem organizados, e outros pesquisadores com maior experiência na estruturação de trabalhos científicos. A título de exemplo, a reunião de diferentes casuísticas, muitas vezes de doenças raras, transforma simples relatos de casos em artigos originais ao aumentar o número de casos, permitindo conclusões mais fundamentadas. Às surpresas desagradáveis, decorrentes do desinteresse e recusa de participação no processo, contrapõe-se o surpreendente interesse de grande parte dos colegas ao se propor tais parcerias, motivado não só pelo preenchimento de anseios latentes, mas, e principalmente, pela disponibilidade, que é muito própria daqueles que pensam de maneira generosa. Desse tipo de compartilhamento surgem pesquisas mais sólidas, com resultados mais conclusivos, não só aumentando o conhecimento e a experiência dos pesquisadores envolvidos e dos leitores, como também beneficiando o personagem maior da atividade médica: o paciente. Professor Associado e Coordenador Adjunto do Curso de Pós-Graduação em Radiologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil. E-mail: edmarchiori@gmail.com. |