EDITORIAL
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Autho(rs): Rubens Chojniak |
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O câncer é uma causa crescente de doença e morte em todo o mundo e, desde 2003, constitui a segunda causa de morte na população brasileira. O aumento da incidência do câncer determinou a atenção das instituições públicas e privadas e o surgimento de novos serviços médicos especializados.
Paralelamente, nas últimas três décadas a oncologia alcançou avanços revolucionários. Presenciamos o desenvolvimento de drogas mais eficientes e menos tóxicas e a introdução de técnicas de radioterapia e de cirurgias menos invasivas que minimizam a morbidade terapêutica. O melhor entendimento dos mecanismos da origem do câncer introduziu ainda abordagens de tratamento, incluindo os conceitos de oncogenética e de terapia alvo. As inovações introduzidas nos métodos de diagnóstico por imagem se colocaram entre as principais alavancas para o aprimoramento do entendimento do câncer e da assistência aos pacientes oncológicos. A oncologia sempre exigiu dos métodos de imagem e do radiologista o máximo de suas habilidades, e muitas das inovações na radiologia foram investigadas e introduzidas a partir de desafios encontrados no cuidado do paciente com câncer. Atualmente, os métodos de imagem tornaram-se fundamentais nas diversas etapas da avaliação dos pacientes oncológicos; desde o rastreamento e diagnóstico, seguindo nas tomadas de decisão terapêutica, nas intervenções, na avaliação da eficácia do tratamento e no acompanhamento pós-tratamento desses pacientes. Além disso, os métodos de imagem são hoje as ferramentas básicas para a pesquisa de novos tratamentos e marcadores prognósticos. Esta participação integral levou ao reconhecimento do importante papel que o radiologista desempenha como parte da equipe multidisciplinar de oncologia. E, com o aumento do número de casos de câncer, a imagem em oncologia é hoje um componente importante da carga de trabalho dos radiologistas, sendo, portanto, fundamental desenvolver e atualizar os conhecimentos nesta área. Diante deste panorama e procurando cumprir sua missão de difundir conhecimentos científicos e preparar o profissional dedicado à área de imagem diagnóstica e terapêutica para as demandas e desafios profissionais atuais e futuros, o Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR) criou a Comissão de Imagem em Oncologia. A Comissão foi constituída com representantes de diferentes instituições de referência em oncologia no Brasil, com o objetivo de promover a educação na utilização dos recursos de imagem no manejo multidisciplinar do câncer. Seus membros compartilham o interesse em qualificar a atuação tanto dos profissionais dos centros especializados como daqueles generalistas que lidam com casos oncológicos dentro de uma rotina diversificada, beneficiando assim profissionais e pacientes, promovendo a saúde de uma forma homogênea e integral. Entre os inúmeros desafios atuais e futuros desta área de conhecimento, verificamos as necessidades de se garantir a capacitação e a oferta de serviços radiológicos qualificados, da discussão sobre a introdução racional de novas tecnologias e a padronização na incorporação das informações metabólicas e funcionais nas estratégias de investigação. As discussões para a inclusão da oncologia na pauta científica do CBR se iniciaram em 2010 e receberam a simpatia imediata de muitos membros e de presidentes de mandatos anteriores. A atual diretoria do CBR abraçou a proposta assim que assumiu o seu mandato e estabeleceu a criação de uma comissão específica para o tema. Esta iniciativa certamente atualiza e enriquece o conteúdo científico e a formação em radiologia no Brasil. Membro da Comissão de Imagem em Oncologia do CBR, Diretor do Departamento de Diagnóstico por Imagem do Hospital A.C. Camargo, São Paulo, SP, Brasil. E-mail: chojniak@uol.com.br |