EDITORIAL
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Autho(rs): Lea Mirian B. da Fonseca |
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O uso do "Gama Probe" (aparelho portátil composto de sonda de detecção e sistema de registro digital da radiação gama) é um procedimento inovador na pesquisa do linfonodo sentinela. É multidisciplinar, na medida em que envolve mastologistas, ginecologistas, cirurgiões de cabeça e pescoço, além de radiologistas, patologistas e médicos nucleares familiarizados com o método. Como toda inovação na fase de implantação, questões controversas estão sendo discutidas. Uma delas é a necessidade de se realizar linfocintilografia previamente à cirurgia. Na literatura esse tópico é controvertido, havendo tendência maior para que se utilize o método cintilográfico. Os cirurgiões afirmam que a linfocintilografia é uma boa aliada, diminuindo o tempo de cirurgia e sendo muito útil, principalmente, na presença de mais de um linfonodo, freqüente no caso, por exemplo, do melanoma. Outro ponto gerador de controvérsias é a participação do médico nuclear no ato cirúrgico. Pudemos observar que o centro cirúrgico não é o habitat natural do médico nuclear, e que o cirurgião pode ser orientado quanto ao manejo do "Gama Probe" antes da entrada no centro cirúrgico, de maneira simulada, logo em seguida à obtenção das imagens linfocintilográficas no serviço de medicina nuclear, permitindo uma melhor interação entre os especialistas. Por outro lado, o médico nuclear não pode e não deve abdicar do preparo e da administração do radiofármaco ao paciente, prerrogativa única dele, respaldada nas normas em vigor da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN). Finalizando, resta uma última e crucial questão. Como e quando o SUS e os planos de saúde incluirão em suas tabelas a pesquisa do linfonodo sentinela?
* Professora Titular de Medicina Nuclear da UFRJ, Chefe do Serviço de Medicina Nuclear da PRO-EChO/Hospital Samaritano. E-mail: lmirian@hucff.ufrj.br |