MATERIAIS E MÉTODOS: TC de 21 pacientes com pneumonia organizada criptogênica foram revisadas retrospectivamente. Dois radiologistas torácicos, em consenso, relataram a presença e a distribuição das anormalidades na TC (consolidação, padrão em vidro fosco, nódulos, opacidades em banda, espessamento septal interlobular e achados de fibrose), com foco especial na presença e localização predominante do padrão perilobular, isto é, um aspecto mal definido, poligonal ou em arcada.
RESULTADOS: O padrão perilobular estava presente em 12 (57%) dos 21 pacientes, sendo que dez apresentavam cinco ou mais opacidades perilobulares. Outros achados na TC foram a consolidação (20 pacientes; 95%), que era predominantemente subpleural e/ou peribrônquica em 17 pacientes, e o padrão em vidro fosco (18 pacientes; 86%). Opacidade em banda e espessamento septal interlobular foram observados em quatro pacientes e em um paciente, respectivamente. O padrão perilobular tocando a superfície pleural foi achado em 10 dos 12 pacientes, estando rodeado por parênquima pulmonar aerado em 11 dos 12 pacientes. Não havia nenhuma relação óbvia entre opacidades perilobulares e achados na TC indicativos de fibrose.
CONCLUSÃO: O padrão perilobular esteve presente em mais da metade dos pacientes com achados de pneumonia organizada na TC.
Patrícia Noronha Zanardi
Médica Residente do Departamento de Radiologia da UFF
Tumores neuroendócrinos do pâncreas na doença de von Hippel-Lindau: achados de imagem na tomografia computadorizada e ressonância magnética
Marcos HB, Libutti SK, Alexander HR, et al. Neuroendocrine tumors of the pancreas in von Hippel-Lindau disease: spectrum of appearances at CT and MR imaging. Radiology 2002; 225:751-8.
OBJETIVO: Demonstrar os achados de imagem dos tumores neuroendócrinos (TNE) do pâncreas em pacientes com doença de von Hippel-Lindau (VHL) para estabelecer critérios diagnósticos.
MATERIAIS E MÉTODOS: Foram incluídos 22 pacientes com doença de VHL que apresentavam 29 TNE do pâncreas confirmados cirurgicamente. Após rastreamento com tomografia computadorizada (TC) e/ou ressonância magnética (RM), foram analisados os seguintes achados de imagem: diâmetro da lesão, taxa de crescimento (tempo de duplicação), localização, presença de metástase e característica de realce pelo meio de contraste venoso.
RESULTADOS: Dezoito dos 29 TNE do pâncreas (62%) eram menores que 3,0 cm de diâmetro, apresentavam realce homogêneo pelo meio de contraste na TC e RM e não exibiam metástase. Tumores de 3,0 cm ou mais (11 de 29; 38%) com maior freqüência apresentavam realce heterogêneo, e 2 de 11 estavam associados a doença hepática metastática. Os tumores menores tinham um tempo de duplicação mais longo que os tumores maiores, 927 dias e 351 dias, respectivamente. Quanto à localização, 15 casos (52%) acometiam a cabeça pancreática, oito casos (28%) a cauda e os seis casos restantes (21%) o corpo. Dez pacientes (40%) com TNE pancreático tinham associado feocromocitoma e 22 pacientes (88%) apresentavam doença cística pancreática, que é substancialmente mais do que a população em geral de pacientes com doença de VHL.
CONCLUSÃO: Os TNE pancreáticos têm as seguintes características de imagem na TC e RM: a maioria são lesões menores que 3,0 cm de diâmetro, localizadas na cabeça pancreática, com realce homogêneo pelo meio de contraste venoso. Quanto maior a lesão, maiores as chances de metástase e de realce heterogêneo pelo contraste.