RESUMO DE TESE
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RESULTADOS: No subgrupo tratado com cirurgia exclusiva, a sobrevida livre de doença em cinco anos foi de 68,7% para os pacientes com baixa expressão de TS contra 51,1% para os pacientes com alta expressão (p = 0,028). No subgrupo de pacientes tratados com cirurgia e quimioterapia, a sobrevida livre de doença em cinco anos entre os pacientes com alta expressão intratumoral de TS foi de 79,1%, comparada a 58,5% para os pacientes com baixa expressão (p = 0,098). Observamos que, entre os pacientes com baixa expressão de TS, não houve diferença de sobrevida livre de doença em função da realização ou não de quimioterapia pós-operatória (58,5% versus 68,7%; p = 0,145). Entre os pacientes com alta expressão de TS, houve ganho significativo de sobrevida a favor da realização de quimioterapia (79,1% versus 51,1%; p = 0,029). Observaram-se resultados semelhantes para sobrevida global. Analisando-se a amostra total, a expressão de TS não se revelou um fator prognóstico independente para sobrevida global ou livre de doença. Na análise multivariada, o único fator identificado como independente para risco de óbito foi a presença de embolização linfática (RR: 2,20; IC 95%: 1,10-4,38).
Expressão de p53, Bcl-2 e TGF-beta em pacientes portadores de carcinoma bem diferenciado de tireóide localmente invasivo
Autor: João Gonçalves Filho Tese de Doutorado. FMUSP, 2003.
Os tumores malignos da tireóide compreendem a forma mais comum de câncer do sistema endócrino. O carcinoma bem diferenciado de tireóide é o tumor mais freqüente e geralmente associado a excelente prognóstico. No entanto, a presença de extensão extratireoidiana com invasão de estruturas adjacentes associa-se a pior prognóstico e aumento no risco de morte. Embora a expressão da proteína p53, da oncoproteína Bcl-2 e do TGF-b em carcinoma de tireóide já tenha sido estudada, nenhum estudo avaliando a expressão destes marcadores em pacientes portadores de carcinoma bem diferenciado de tireóide com tumores localmente invasivos foi encontrado. Neste estudo analisamos a expressão de TGF-b, proteína p53 e Bcl-2 em 52 pacientes portadores de carcinoma bem diferenciado de tireóide com extensão extratireoidiana e em 52 controles com tumores sem extensão extratireoidiana. A avaliação destes marcadores foi realizada pelo método imuno-histoquímico. Mutação na proteína p53 foi detectada em apenas dez pacientes (9,6%; 10/104), sendo em seis pacientes (11,5%; 6/52) e em quatro controles (7,6%; 4/52). A expressão do TGF-b foi encontrada em 32 pacientes (62%; 32/52) com carcinoma bem diferenciado de tireóide com extensão extratireoidiana e em 20 pacientes (38%; 20/52) com tumores sem extensão extratireoidiana, não ocorrendo nenhuma correlação da superexpressão do TGF-b com a presença ou ausência de extensão extratireoidiana (p = 0,085). Da mesma forma, o Bcl-2 foi expresso em 12 pacientes (23%; 12/52) com tumores apresentando extensão extratireoidiana, enquanto 20 pacientes (38%; 20/52) com carcinoma bem diferenciado de tireóide sem extensão extratireoidiana também apresentaram expressão. Não houve diferença significativa entre a expressão de TGF-b e a presença ou ausência de extensão extratireoidiana (p = 0,068). Mutação na proteína p53 foi relativamente rara, em nossa casuística, com carcinoma bem diferenciado de tireóide com ou sem extensão extratireoidiana, o qual pode refletir o grau histológico bem diferenciado destes tumores. Da mesma forma, não observamos qualquer correlação entre a expressão de p53 com Bcl-2 ou TGF-b. Embora não se tenha observado correlação da expressão de TGF-b e Bcl-2 com a presença ou ausência de extensão extratireoidiana, a elevada freqüência de expressão destes marcadores abre a questão para a realização de novos estudos. |