EDITORIAL
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Autho(rs): Maria Cristina Chammas |
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Os linfonodos são bastante numerosos na região cervical, superficiais e de fácil palpação, podendo ser descobertos ocasionalmente. A percepção de um "caroço" no pescoço pelo próprio paciente pode ser o motivo da consulta. Diante deste achado, o exame ultra-sonográfico da região cervical pode ser solicitado. Este exame tem como objetivo principal verificar a presença do nódulo e tentar caracterizá-lo quanto à sua natureza (benigna ou maligna). Dessa forma, o médico que realiza o exame ultra-sonográfico poderá definir, conforme sua impressão no relatório emitido, a conduta a ser tomada. O exame ultra-sonográfico ao modo-B dos linfonodos pode evidenciar padrões característicos, contudo, muitas vezes observam-se achados superponíveis. Neste contexto, o emprego do mapeamento colorido e do Doppler pulsado pode acrescentar informações. Para a realização adequada destes métodos faz-se necessário o conhecimento da anatomia e fisiologia do linfonodo, da técnica e equipamento preconizados e das características dos linfonodos a serem observadas. Não obstante, o estadiamento linfonodal dos tumores de cabeça e pescoço é determinante para o prognóstico do paciente. Geralmente este estudo é feito pela tomografia computadorizada no mesmo tempo em que se faz a análise do tumor primário. Porém, nos casos em que o paciente não pode receber contraste iodado, a ultra-sonografia é uma opção. Quando há suspeita de invasão vascular o exame ultra-sonográfico também pode ser útil, constituindo outra indicação para o exame. Os linfonodos cervicais, atualmente, são designados por níveis. O protocolo dos níveis linfonodais proposto por Som et al.(1) foi elaborado com base nas referências anatômicas à tomografia computadorizada e ressonância magnética. Teve como principal objetivo padronizar a nomenclatura utilizada pelos profissionais das diferentes especialidades (radiologistas, cirurgiões de cabeça e pescoço, otorrinolaringologistas, patologistas, etc.), para designar os grupos de linfonodos desta região. Neste sentido, torna-se importante saber identificar estes níveis também ao exame ultra-sonográfico, ainda que este reconhecimento não seja feito com a mesma facilidade pelos outros dois métodos. A correta interpretação das imagens, o emprego adequado da técnica e o conhecimento das limitações do método permitem uma análise ultra-sonográfica fidedigna dos linfonodos cervicais. Neste número está inserida uma revisão do assunto, que foi direcionada à prática diária do médico que realiza o exame ultra-sonográfico.
REFERÊNCIA 1. Som PM, Curtin HD, Mancuso AA. Imaging-based nodal classification for evaluation of neck metastatic adenopathy. AJR 2000;174:837-43. |