RESULTADOS: Na avaliação ponderal, o primeiro intervalo (depois da primeira dose) mostrou aumento em todos os grupos, estatisticamente significante nos grupos ooforectomizados, e o segundo intervalo (depois da segunda dose) mostrou diminuição, não significante, em todos os grupos. Na avaliação densitométrica, o primeiro intervalo (depois da dieta aprotéica) mostrou diminuição em todos os grupos, significante nos quatro grupos medicados; o segundo intervalo (depois da primeira dose) mostrou aumento em todos os grupos; e o terceiro intervalo (depois da segunda dose) mostrou aumento em todos os grupos, significante nos dois não ooforectomizados. Na avaliação laboratorial, o intervalo (no princípio e ao término de medicamentos) mostrou aumento de proteínas totais e globulina, confirmando que não havia mais desnutrição, diminuição da fosfatase alcalina (com exceção dos dois grupos de ooforectomizados), diminuição de fósforo e cálcio nos quatro grupos medicados e aumento de fósforo e cálcio nos dois grupos não medicados, confirmando que os medicamentos causam hipocalcemia. Na avaliação histomorfométrica, o grupo de ooforectomizados teve aumento menor que o de não ooforectomizados, confirmando as descobertas do estudo densitométrico.
CONCLUSÃO: O pamidronato e o zoledronato mostraram-se efetivos no incremento de DMO, em ratas desnutridas ooforectomizadas ou não ooforectomizadas. Os resultados preliminares indicam que a dieta protéica, separadamente, possui efeito terapêutico na DMO, porém de modo menos significante, comparado com os animais medicados. Os resultados da histomorfometria permitem validar os índices de DMO neste modelo experimental.
Quantificação pela tomografia computadorizada de alta resolução das placas pleurais em trabalhadores expostos ao asbesto
Autor: Gustavo de Souza Portes Meirelles
Orientador: Giuseppe D'Ippolito. Co-orientador: Ericson Bagatin
Tese de Doutorado. Unifesp-EPM, 2004.
OBJETIVOS: 1) Propor um método pela tomografia computadorizada de alta resolução (TCAR) para quantificação das placas pleurais (PP) em trabalhadores expostos ao asbesto; 2) estimar a reprodutibilidade deste método; 3) verificar a correlação entre a extensão das PP e os índices de exposição, a idade e o consumo tabagístico.
MÉTODOS: Avaliamos 4.220 trabalhadores e ex-trabalhadores da mineração do asbesto no Brasil, dos quais 779 foram submetidos à TCAR. Destes, identificamos 57 homens com PP, com média de idade de 61,8 anos (4381 anos) avaliados por três radiologistas de modo independente, com o intuito de quantificar as PP pela TCAR. Foram examinados todos os cortes tomográficos, dividindo-se o tórax em quadrantes, com avaliação do número (nº) de PP da parede torácica e grau de comprometimento em cada quadrante, sendo calculado um escore final (ESCORE). Avaliamos também a proporção entre o nº de cortes com PP diafragmáticas e o nº total de cortes com visualização do diafragma (rdiaf). Os resultados das concordâncias intra e interobservador foram analisados pelo coeficiente de correlação de Pearson e pelo índice Kappa. Estimamos ainda a correlação linear entre a extensão das PP (nº, ESCORE, e rdiaf) e variáveis de exposição, consumo tabagístico e idade.
RESULTADOS: As correlações inter e intra-observador foram muito altas para o nº de PP parietais (93% a 99%) e o ESCORE (93% a 99%) e variaram de altas a muito altas para o rdiaf (77% a 96%), de acordo com a classificação proposta para o coeficiente de Pearson. Os índices Kappa variaram de 0,61 a 0,86 (substancial a quase perfeito) para a concordância interobservador e de 0,79 a 1,00 (substancial a quase perfeito) para a concordância intra-observador. Os dados obtidos no nosso estudo indicam, pelo menos, uma tendência a associação positiva entre extensão das PP e exposição cumulativa ao asbesto e período de latência. Não houve relação (p > 0,05) entre idade, consumo tabagístico ou tempo de exposição e extensão das PP.
CONCLUSÕES: O método proposto para quantificação das placas pleurais pela TCAR em trabalhadores expostos ao asbesto tem alta reprodutibilidade. Houve tendência a associação positiva entre extensão das PP e exposição cumulativa ao asbesto e período de latência. Não encontramos correlação significativa entre extensão das PP e tempo de exposição, consumo tabagístico ou idade.