ATUALIZAÇÃO
|
|
|
|
Autho(rs): Giuseppe D'Ippolito, Regina Bitelli Medeiros |
|
Descritores: Radiação ionizante, Gestação, Tomografia computadorizada, Exame radiológico |
|
Resumo:
INTRODUÇÃO Exames de diagnósticos por imagem são freqüentemente realizados durante a gestação para avaliar afecções maternas preexistentes, inerentes à gravidez ou relacionadas ao feto. Os métodos mais difundidos são aqueles com pouco ou nenhum efeito sobre o feto, tais como a ultra-sonografia (US) e, mais recentemente, a ressonância magnética (RM)(13). Os exames radiológicos são geralmente relegados a um segundo plano e eventualmente descartados ou adiados, em virtude da apreensão gerada pelos potenciais riscos à saúde do feto; no entanto, um diagnóstico postergado ou perdido, em função da não utilização destes exames, pode ser mais nocivo à saúde materna e do próprio feto do que os possíveis riscos associados ao uso da radiação ionizante(46). Conhecer os princípios e efeitos biológicos das radiações ionizantes, bem como os limiares de doses associadas a efeitos deletérios sobre o embrião e o feto, permite medir os riscos e justificar a utilização de determinados métodos radiológicos em benefício da gestante.
DEFINIÇÃO E MENSURAÇÃO DA RADIAÇÃO IONIZANTE Qualquer discussão a respeito dos efeitos da radiação ionizante prescinde de uma clara compreensão sobre o que é a radiação ionizante e como esta é medida (dosimetria). Podemos definir a radiação ionizante como ondas eletromagnéticas de alta energia (raios X ou raios gama) que, ao interagirem com a matéria, desencadeiam uma série de ionizações, transferindo energia aos átomos e moléculas presentes no campo irradiado e promovendo, assim, alterações físico-químicas intracelulares(7). Para se entender os efeitos relacionados à exposição à radiação ionizante deve-se definir as grandezas físicas utilizadas para quantificá-la. Com o objetivo de se medir a energia depositada por um feixe de fótons de alta energia (raios X ou raios gama) em um tecido biológico e os seus efeitos sobre este tecido, foi criada a grandeza "dose absorvida". A dose absorvida de radiação é a energia depositada por quilograma de tecido e é expressa em "rad" ("radiation absorbed dose", ou dose de radiação absorvida). Pelo sistema internacional de medidas utiliza-se a unidade "gray" (Gy), que equivale a 100 rad. Ela é adotada para qualquer tipo de radiação ionizante e não especificamente para o uso de raios-X (RX). Os efeitos biológicos não dependem apenas da dose de radiação absorvida (Gy), mas também das características da radiação ionizante e da sua capacidade de produzir íons e dissipar energia em sua trajetória no meio ou tecido. Por esta razão foi proposta, para o uso clínico de exames radiológicos, a grandeza "dose equivalente", usando-se a unidade "rem" ("roentgen equivalent man", ou equivalente em roentgen no homem), que leva em consideração a qualidade da radiação e como a energia se transfere ao tecido. Para as radiações eletromagnéticas X ou gama, 1 rem equivale a 1 rad. No sistema internacional de medidas, a unidade de dose equivalente foi denominada "sievert" (Sv) e 1 Sv equivale a 100 rem, assim como 1 Gy equivale a 100 rad. Podemos dizer que a dose absorvida de 1 Gy proporcionará uma dose equivalente de 1 Sv. Resumindo, a dose absorvida pode ser medida, atualmente, em Gy e corresponde à dose equivalente, que é medida em Sv. Na dosimetria das radiações utilizam-se freqüentemente os submúltiplos mili (m) e micro (µ) para indicar valores que correspondem a 0,001 Gy (1 mGy) e 0,000001 Gy (1 µGy)(7). A importância destas unidades de dose está na sua utilização para estimar a radiação absorvida pelo feto em exames radiológicos, como pode ser visto na Tabela 1.
EFEITOS BIOLÓGICOS DA RADIAÇÃO IONIZANTE DURANTE A GESTAÇÃO As radiações ionizantes têm a capacidade de alterar as características físico-químicas das moléculas de um determinado tecido biológico. As células com alta taxa de proliferação são mais sensíveis à radiação ionizante e são encontradas em tecidos de alta atividade mitótica ou tecidos denominados de resposta rápida. A radiossensibilidade é inversamente proporcional ao grau de diferenciação celular (quanto menos diferenciada é a célula, mais radiossensível ela é) e diretamente proporcional ao número de divisões celulares necessárias para que a célula alcance a sua forma "madura". Portanto, as células humanas mais radiossensíveis são as células da epiderme, os eritroblastos, as células da medula óssea e as células imaturas dos espermatozóides. Ao contrário, células nervosas ou musculares, que não se dividem e são bem diferenciadas, são muito radiorresistentes(7). A morte clonogênica ou falência reprodutiva da célula está associada à resposta lenta ao reparo após irradiação dos tecidos, enquanto a suscetibilidade à morte celular por apoptose é associada aos tecidos de resposta rápida(10). Os efeitos biológicos decorrentes das radiações ionizantes podem ser divididos em determinísticos e estocásticos. Os efeitos determinísticos são aqueles conseqüentes à exposição a altas doses de radiação e dependem diretamente desta exposição, como a morte celular (de células malignas submetidas à radioterapia), as queimaduras de pele, a esterilidade ou a ocorrência de cataratas. Os efeitos estocásticos ou aleatórios são aqueles não aparentes e que se manifestam após meses ou anos da exposição à radiação, não permitindo estabelecer claramente uma relação de "causa e efeito". Estão relacionados a baixas doses de radiação, como aquelas decorrentes de exposições freqüentes às quais os profissionais que trabalham com radiação estão sujeitos. A probabilidade da ocorrência do efeito estocástico é proporcional à dose e os efeitos mais relevantes são a mutação e a carcinogênese(7). Ao contrário dos efeitos determinísticos, é difícil estabelecer com segurança uma relação causal entre o efeito estocástico e a exposição à radiação ionizante, em virtude da grande quantidade de variáveis envolvidas e do longo tempo de latência para o aparecimento de um câncer de origem radiogênica(11). Por este motivo, os principais estudos sobre efeitos estocásticos são aqueles realizados a partir da análise das populações submetidas a explosões nucleares, como Hiroshima e Nagasaki(1215), ou a acidentes nucleares, como Chernobyl(1618). Mesmo assim, é importante observar que as conclusões obtidas nesses estudos referem-se a uma população submetida à exposição aguda de alta dose de radiação ionizante e que não reflete a realidade das pequenas doses às quais profissionais e pacientes são submetidos durante exames radiológicos de rotina. Neste contexto, também é oportuno lembrar que todos os seres vivos encontram-se permanentemente expostos à radiação natural ou de fundo, conhecida também como "background", que consiste na presença de radiações provenientes de radioisótopos normalmente presentes no meio ambiente e decorrentes da radiação da crosta terrestre e radiação cósmica, entre outras fontes, e que em alguns países industrializados é de cerca de 3 mSv/ano(7). Para a gestante, esses efeitos biológicos são idênticos aos sofridos por uma mulher que não esteja grávida e não serão discutidos neste artigo. Por outro lado, os efeitos biológicos decorrentes da exposição à radiação ionizante pelo feto merecem destaque e podem ser divididos em quatro categorias: a) óbito intra-uterino; b) malformações; c) distúrbios do crescimento e desenvolvimento; d) efeitos mutagênicos e carcinogênicos(11). A ocorrência desses efeitos depende da dose de radiação absorvida e da idade gestacional. Geralmente, baixas doses de radiação absorvida podem provocar dano celular transitório e passível de ser reparado pelo próprio organismo. Por outro lado, altas doses de radiação podem interromper o desenvolvimento e a maturação celular, provocando a morte fetal ou malformações(11). O embrião é mais sensível aos efeitos da radiação ionizante nas duas primeiras semanas de gestação; durante este período, o embrião exposto à radiação permanecerá intacto ou será reabsorvido ou abortado(11,19). Considera-se risco de morte fetal neste período quando a exposição for superior a 10 rad (100 mGy)(19,20). Durante a 3ª e 15ª semanas de gestação (quando ocorre a organogênese), o dano no embrião pode ser decorrente de morte celular induzida pela radiação, distúrbio na migração e proliferação celular(8). Nesta fase podem ocorrer graves anormalidades no sistema nervoso central, que está em formação (por exemplo, hidrocefalia e microcefalia). Quando o feto é exposto a doses superiores a 100 mGy, podem ocorrer retardo mental e redução de cerca de 30 pontos no quociente de inteligência (QI) para cada 100 mGy acima do limite superior tolerado(20,21). É importante lembrar, no entanto, que é muito difícil que em exames diagnósticos de rotina, mesmo quando realizados com campo de irradiação direto sobre o útero, o feto seja exposto a essas doses de radiação. Entre a 16ª e 30ª semanas de gestação permanecem os riscos de retardo mental, inibição do crescimento do feto e microcefalia. Após a 32ª semana de gestação não há riscos significativos ao feto, excetuando-se um possível aumento do risco de desenvolver uma neoplasia maligna durante a infância ou a maturidade(20). Neste sentido é importante observar que a incidência natural de anomalias congênitas na população em geral varia entre 0,5% e 5%(7,20). Segundo diversos estudos, a probabilidade de malformações congênitas induzidas por exposição à radiação ionizante é da ordem de 0,5% para uma dose de 10 mGy(22); os riscos de microcefalia e retardo mental são de 0,4% e 0,1%, respectivamente, para uma dose de 10 mGy(15). Por outro lado, não foram identificados casos de retardo mental grave em crianças que foram expostas à radiação da bomba atômica antes da 8ª semana e depois da 25ª de gestação(23). A maioria dos estudos não tem demonstrado nenhum efeito adverso no feto relacionado à radiação ionizante em doses menores que 50 mGy(11,19). Vários trabalhos têm demonstrado que quando o útero é submetido mesmo a baixas doses de radiação (20 mGy) aumenta o risco do feto desenvolver câncer na infância, e principalmente aumenta o risco de ocorrência de leucemia, por uma fator de 1,5 a 2,0 quando comparado à incidência natural(11,24,25). Porém, não está ainda claro se esta exposição deve ocorrer durante a gestação ou pode precedê-la(11). A Tabela 2 apresenta o risco de desenvolver leucemia em diversos grupos populacionais(26).
EXAMES RADIOLÓGICOS DURANTE A GESTAÇÃO Exames de RX de crânio, tórax, coluna cervical, torácica e de extremidades expõem o feto a mínima radiação e virtualmente nula ou não mensurável(27). Todavia, alguns cuidados podem e devem ser tomados em pacientes grávidas, tais como usar protetores de chumbo sobre o abdome, colimar o feixe de raios X para a área de interesse e utilizar equipamentos permanentemente calibrados e aferidos. Exames de RX simples de abdome e coluna lombar também podem ser realizados, sem risco para o feto, procurando-se reduzir a dose ao mínimo necessário para se obter imagens diagnósticas(20,28). No entanto, deve-se considerar o fato da gestante estar bastante sensível e fragilizada, preocupada com o fato que a radiação possa afetar o seu feto, o que gera muita angústia e ansiedade. Portanto, sempre que possível devem-se priorizar métodos diagnósticos reconhecidamente inócuos ao feto, como US e RM. Existem evidências de que o uso de radiografias digitais também reduziria a quantidade de radiação ionizante absorvida pela paciente(29,30). Doenças do trato urogenital, como urolitíase e infecções urinárias complicadas com pielonefrite, podem afetar com freqüência a gestante. Nestes casos deve-se utilizar a US e a RM como métodos de rastreamento e detalhamento anatômico. A US é bastante sensível para a detecção de cálculos nas vias urinárias, perdendo em eficácia quando o cálculo encontra-se localizado no ureter distal; nestes casos a US endovaginal pode ser alternativa diagnóstica eficiente(31). Quando a urografia excretora é indispensável pode-se reduzir a dose de radiação realizando-se apenas uma radiografia dez minutos após a injeção endovenosa do contraste; desta forma, é possível identificar os sistemas coletores e eventuais obstruções. A dose de radiação absorvida na região abdominal em um exame de TC de crânio, coluna cervical, dorsal e tórax é superior quando comparada aos exames efetuados em equipamentos radiológicos convencionais, porém é bastante reduzida, não oferecendo risco para o feto(8,9); no entanto, é importante usar proteção abdominal como avental de chumbo para tranqüilizar a paciente e reduzir ulteriormente a dose de radiação. Em exames de TC do tórax, abdome, pelve e coluna lombar a dose de radiação absorvida pode ser reduzida diminuindo o campo de visão, a tensão (kV) e o produto da corrente pelo tempo de exposição (mAs) ao mínimo necessário para o diagnóstico, diminuindo o número de cortes e o intervalo entre estes(3235). Em equipamentos helicoidais, utilizar "pitch" maior (igual ou superior a dois) oferece sensível redução da dose de radiação(3638). Mais recentemente, têm sido utilizados tomógrafos com múltiplas fileiras de detectores ("multislice"), o que tem proporcionado vantagens indiscutíveis, principalmente relacionadas à sua rapidez e definição em estudos abdominais e angiográficos (angio-TC). Todavia, esses benefícios têm sido acompanhados de aumento significativo das doses de radiação absorvida em órgãos abdominais, chegando a um aumento de até 90180% quando comparada aos equipamentos helicoidais com uma única linha de detectores(34). As dose estimadas em órgãos como rim, ovário e útero foram comparadas entre essas duas tecnologias e valores consideravelmente mais altos foram atribuídos, principalmente à configuração e geometria do feixe dos tomógrafos "multislice"(34). Sabe-se que há um compromisso entre dose e qualidade de imagem e que vários fatores influenciam as doses nos órgãos. Sendo assim, decisões sobre expor regiões que incluam órgãos reprodutores devem ser baseadas em critérios técnicos e avaliadas quanto aos riscos biológicos. Ao mesmo tempo que a tecnologia "multislice" se consolida como ferramenta extremamente útil em estudos toracoabdominais e em outras regiões anatômicas, deve-se investir na otimização de protocolos que visem a controlar e limitar a dose de radiação emitida, principalmente quando utilizada em gestantes. O contraste iodado utilizado em exames radiográficos e tomográficos, quando injetado por via intravenosa, atravessa a placenta materna produzindo efeitos transitórios sobre o desenvolvimento da tireóide fetal. Novamente, a sua utilização deverá ser considerada dentro do contexto dos possíveis benefícios obtidos pela gestante.
RECOMENDAÇÕES PARA EXAMES RADIOLÓGICOS EM GESTANTES A indicação de exames radiológicos deve considerar o benefício obtido pela gestante e a disponibilidade de exames alternativos e inócuos ao feto, como a US e a RM. Devem ser levados em conta a idade gestacional, a condição física da paciente e distúrbios gestacionais associados. Deve ser também previamente estimada a dose de radiação absorvida pelo feto com base no protocolo de exame planejado. A exposição a doses de radiação inferiores a 50 mGy não tem sido associada a aumento do risco de aborto, anomalias congênitas, retardo mental ou mortalidade neonatal. Portanto, considera-se que dose de radiação fetal inferior a 100 mGy não é indicativa para interrupção da gravidez. Todavia, deve-se considerar esta opção quando a dose absorvida e calculada for superior a 250 mGy(7,20). Não existem exames radiológicos únicos que exponham o feto a este nível de radiação, mas numa combinação de exames isto pode ocorrer. Sempre que o exame radiológico for necessário e indicado, deve-se discutir a sua utilidade, riscos e benefícios com a paciente e seus familiares. É importante também informá-la dos riscos inerentes à gravidez e não relacionadas à exposição à radiação, para a ocorrência de aborto, anomalias congênitas e retardo do crescimento fetal (e que podem ocorrer em 20%, 4% e 10% dos casos, respectivamente). Os exames radiológicos devem ser feitos em instituições que possam garantir a adoção de medidas efetivas de proteção radiológica e possuam equipamentos modernos e regularmente calibrados e aferidos. O médico radiologista é geralmente o profissional mais preparado para avaliar a melhor opção diagnóstica em determinada situação clínica, garantindo segurança à gestante e ao feto.
REFERÊNCIAS 1. Levine D. Ultrasound versus magnetic resonance imaging in fetal evaluation. Top Magn Reson Imaging 2001;12:2538. [ ] 2. Levine D. Magnetic resonance imaging in prenatal diagnosis. Curr Opin Pediatr 2001;13:572578. [ ] 3. Lowe TW, Weinreb J, Santos-Ramos R, Cunningham FG. Magnetic resonance imaging in human pregnancy. Obstet Gynecol 1985;66:629633. [ ] 4. Ames Castro M, Shipp TD, Castro EE, Ouzounian J, Rao P. The use of helical computed tomography in pregnancy for the diagnosis of acute appendicitis. Am J Obstet Gynecol 2001;184:954957. [ ] 5. Chan WS, Ginsberg JS. Diagnosis of deep vein thrombosis and pulmonary embolism in pregnancy. Thromb Res 2002;107:8591. [ ] 6. Goldman SM, Wagner LK. Radiologic management of abdominal trauma in pregnancy. AJR 1996;166: 763767. [ ] 7. Biral AR. Radiações ionizantes para médicos, físicos e leigos. 1ª ed. Florianópolis: Insular, 2002; 232. [ ] 8. Bentur Y. Ionizing and nonionizing radiation in pregnancy. In: Koren G, editor. Maternal-fetal toxicology. 2nd ed. New York: Marcel Dekker, 1994; 515. [ ] 9. Padovani R, Contento G, Fabretto M, Malisan MR, Barbina V, Gozzi G. Patient doses and risks from diagnostic radiology in North-east Italy. Br J Radiol 1987;60:155165. [ ] 10. Segreto HRC, Segreto RA. Revisão e atualização em radiobiologia: aspectos celulares, moleculares e clínicos. Folha Médica 2000;119:927. [ ] 11. Brent RL. The effect of embryonic and fetal exposure to x-ray, microwaves, and ultrasound: counseling the pregnant and nonpregnant patient about these risks. Semin Oncol 1989;16:347368. [ ] 12. Kato H. Mortality in children exposed to the A-bombs while in utero, 1945-1969. Am J Epidemiol 1971;93:435442. [ ] 13. Schull WJ, Otake M, Neel JV. Genetic effects of the atomic bombs: a reappraisal. Science 1981;213: 12201227. [ ] 14. Darby SC, Doll R, Pike MC. Detection of late effects of ionizing radiation: why deaths of A-bomb survivors are a valuable resource. Int J Epidemiol 1985;14:637639. [ ] 15. Otake M, Schull WJ, Yoshimaru H. A review of forty-five years study of Hiroshima and Nagasaki atomic bomb survivors. Brain damage among the prenatally exposed. J Radiat Res (Tokyo) 1991;32 Suppl:249264. [ ] 16. Petridou E, Trichopoulos D, Dessypris N, et al. Infant leukaemia after in utero exposure to radiation from Chernobyl. Nature 1996;382:352353. [ ] 17. Castronovo FP Jr. Teratogen update: radiation and Chernobyl. Teratology 1999;60:100106. [ ] 18. Rytomaa T. Ten years after Chernobyl. Ann Med 1996;28:8387. [ ] 19. Paula LC, Medeiros RB. Exposição à radiação no período pré natal. Folha Médica 2001;120:213219. [ ] 20. Plaut S. Radiation protection in the X-ray department. London: Butterworth & Heinemann, 1993; 157. [ ] 21. Miller RW. Effects of prenatal exposure to ionizing radiation. Health Phys 1990;59:5761. [ ] 22. Mettler FA, Sinclair WK, Anspaugh L, et al. The 1986 and 1988 UNSCEAR (United Nations Scientific Committee on the Effects of Atomic Radiation) reports: findings and implications. Health Phys 1990;58:241250. [ ] 23. Otake M, Schull WJ, Neel JV. Congenital malformations, stillbirths, and early mortality among the children of atomic bomb survivors: a reanalysis. Radiat Res 1990;122:111. [ ] 24. Stewart A. Detecting the health risks of radiation. Med Confl Surviv 1999;15:138148. [ ] 25. Stewart A, Kneale GW. Radiation dose effects in relation to obstetric x-rays and childhood cancers. Lancet 1970;1:11851188. [ ] 26. Miller RW. Epidemiologic conclusions from radiation toxicity studies. In: Fry RJ, Grahn D, Griem MI, Rust JH, editors. Late effects of radiation. London: Taylor & Francis, 1970. [ ] 27. Toppenberg KS, Hill DA, Miller DP. Safety of radiographic imaging during pregnancy. Am Fam Physician 1999;59:18131818, 1820. [ ] 28. Hall EJ. Scientific view of low-level radiation risks. RadioGraphics 1991;11:509518. [ ] 29. Volk M, Hamer OW, Feuerbach S, Strotzer M. Dose reduction in skeletal and chest radiography using a large-area flat-panel detector based on amorphous silicon and thallium-doped cesium iodide: technical background, basic image quality parameters, and review of the literature. Eur Radiol 2004;14:827834. [ ] 30. Berkhout WE, Beuger DA, Sanderink GC, van der Stelt PF. The dynamic range of digital radiographic systems: dose reduction or risk of overexposure? Dentomaxillofac Radiol 2004;33:15. [ ] 31. Laing FC, Benson CB, DiSalvo DN, Brown DL, Frates MC, Loughlin KR. Distal ureteral calculi: detection with vaginal US. Radiology 1994;192: 545548. [ ] 32. Kalra MK, Prasad S, Saini S, et al. Clinical comparison of standard-dose and 50% reduced-dose abdominal CT: effect on image quality. AJR 2002; 179:11011106. [ ] 33. Nickoloff EL, Dutta AK, Lu ZF. Influence of phantom diameter, kVp and scan mode upon computed tomography dose index. Med Phys 2003;30:395402. [ ] 34. Thomton FJ, Paulson EK, Yoshizumi TT, Frush DP, Nelson RC. Single versus multi-detector row CT: comparison of radiation doses and dose profiles. Acad Radiol 2003;10:379385. [ ] 35. Heneghan JP, McGuire KA, Leder RA, DeLong DM, Yoshizumi T, Nelson RC. Helical CT for nephrolithiasis and ureterolithiasis: comparison of conventional and reduced radiation-dose techniques. Radiology 2003;229:575580. [ ] 36. Pages J, Buls N, Osteaux M. CT doses in children: a multicentre study. Br J Radiol 2003;76:803811. [ ] 37. McLean D, Malitz N, Lewis S. Survey of effective dose levels from typical paediatric CT protocols. Australas Radiol 2003;47:135142. [ ] 38. Cohnen M, Poll LJ, Puettmann C, Ewen K, Saleh A, Modder U. Effective doses in standard protocols for multi-slice CT scanning. Eur Radiol 2003;13: 11481153. [ ]
Endereço para correspondência: Recebido para publicação em 10/5/2004. Aceito, após revisão, em 9/12/2004.
* Trabalho realizado no Departamento de Diagnóstico por Imagem (DDI) da Escola Paulista de Medicina/Universidade Federal de São Paulo (EPM/Unifesp), São Paulo, SP. |