Radiologia Brasileira - Publicação Científica Oficial do Colégio Brasileiro de Radiologia

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Vol. 38 nº 2 - Mar. / Abr.  of 2005

RESUMO DE ARTIGO
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RESUMOS DE ARTIGOS

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Leticia Pereira Gonçalves
Médica pós-graduanda do Departamento
de Radiologia da UFF

 

Toxicidade pulmonar por amiodarona no pós-operatório tardio

 

 

Fernández AA, Sala AR, Mediano O, Torres I, Moreno I. Toxicidad pulmonar por amiodarona en el post-operatorio tardio. Med Interna (Madrid) 2003;20:419-20.

OBJETIVO: Apresentação de um caso de toxicidade pulmonar pela amiodarona em um paciente masculino de 55 anos, tabagista, em que foram analisados, principalmente, os aspectos clínicos, patológicos e radiológicos.
RESULTADOS: O paciente em questão é um cardiopata que fora submetido à cirurgia de substituição de válvula cardíaca por doença reumática prévia e, desde então, faz uso de amiodarona, entre outras medicações. O tratamento, inicialmente, foi feito com 400 mg diários de amiodarona e, a posteriori, 200 mg ao dia. Ao exame físico, o paciente apresentava-se em mau estado geral, taquicárdico e com crepitações pulmonares bilaterais. As radiografias do tórax evidenciaram infiltrações alvéolo-intersticiais bilaterais. Estes achados se confirmaram na tomografia computadorizada. O paciente foi submetido à broncoscopia diagnóstica. No lavado broncoalveolar não houve crescimento de germes nas culturas e a baciloscopia foi negativa, sendo encontrada grande quantidade de macrófagos. O paciente teve o diagnóstico de pneumonite tóxica secundária ao uso de amiodarona e iniciou o tratamento com oxigenioterapia, diuréticos, digoxina e metilprednisona, além de ter cessado o uso da amiodarona. Apresentou melhora clínica e teve alta após 44 dias de internação.
CONCLUSÃO: A amiodarona é um fármaco anti-arrítmico muito eficaz no tratamento de arritmias ventriculares e supraventriculares. Há anos são conhecidos os efeitos desta droga, como danos hepáticos, tireoidianos e pulmonares. Os efeitos do seu uso crônico são os mais conhecidos, embora ultimamente também têm sido relatados casos de toxicidade aguda. Atualmente, não se dispõe de nenhuma prova diagnóstica específica para diagnosticá-la, mas há de se estar atento a pacientes com sintomas respiratórios em uso de amiodarona. O diagnóstico baseia-se na história clínica e na detecção de macrófagos no lavado broncoalveolar, após terem sido descartadas outras possíveis causas de doenças pulmonares.

Leticia Pereira Gonçalves
Médica pós-graduanda do Departamento
de Radiologia da UFF


 
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