Radiologia Brasileira - Publicação Científica Oficial do Colégio Brasileiro de Radiologia

RESULTADOS: No diagnóstico de câncer de próstata, com a ERM obteve-se especificidade abaixo da descrita pela literatura, cerca de 47%. Já para o estadiamento do tumor diagnosticado houve correspondência com a literatura.
CONCLUSÃO: A implantação e padronização da ERM permitiu a obtenção de informações importantes para o diagnóstico presuntivo da existência de câncer de próstata, utilizando as imagens por RM e os dados metabólicos da ERM. Neste trabalho há indícios de maior valor priditivo para o diagnóstico de câncer de próstata quando tanto a RM quanto a ERM apresentam alterações associadas.

Ultra-sonografia tridimensional: determinação do volume do lobo hepático direito no doador vivo

Autora: Ana Suely Costa do Nascimento Zan.
Orientadora: Maria Cristina Chammas.
Tese de Doutorado. São Paulo: FMUSP, 2005.

A proposta deste estudo foi avaliar a volumetria do lobo direito do fígado no doador para transplante intervivos por meio da ultra-sonografia tridimensional (US 3D), com o uso do programa VOCAL ("Virtual Organ Computer-aided anaLysis"). O motivo principal deste estudo está relacionado à importância da avaliação volumétrica pré-operatória do tamanho do enxerto, no doador vivo, por meio de métodos de imagem.

Foram estudados, prospectivamente, entre janeiro de 2003 e setembro de 2004, 16 indivíduos saudáveis, com idades entre 23 e 50 anos, que efetivamente doaram o lobo direito do fígado. O volume do lobo hepático direito, obtido por meio da US 3D, foi estimado pela média entre duas medidas (US1 e US2). Este valor foi comparado com o peso real do enxerto obtido após hepatectomia do doador. Foram realizadas análises estatísticas das variáveies quantitativas.

Os valores médios do volume do lobo hepático direito estimados pela US 3D e do peso real do enxerto foram 758,4 cm³ ± 130,7 cm³ (584,1 cm³ a 969,6 cm³) e 792,8 g ± 131,2 g (570 g a 990 g), respectivamente. O coeficiente de correlação de Pearson entre as medidas obtidas pela US 3D e o peso real do enxerto foi de 0,762 (p = 0,001). No gráfico de Bland e Altman apenas um entre os 16 pontos considerados apresentou-se fora do intervalo de confiança de 95%. A discrepância (volume estimado pela US 3D – peso real do enxerto) variou de – 160,2 cm³ a 219,7 cm³, com o percentual de erro (discrepância/peso real do enxerto x 100) médio (± desvio-padrão) de 3,8% ± 11,8% (mínimo = 17% e máximo = 30,3%). O ajuste de um modelo de regressão linear sugere que a relação entre as medidas obtidas pela US 3D e o peso real é dada por: peso esperado do enxerto (kg) = K volume estimado por US (cm³), em que K = 1,0378 kg/cm³ ± 0,001 (kg/cm³). As duas medidas de volume obtidas por meio da US 3D, realizadas pelo mesmo observador, apresentaram forte associação linear com coeficiente de correlação de 0,886 (p < 0,001) e não foram identificados pontos fora do intervalo de confiança correspondente ao método de Bland e Altman.

Conclui-se que há concordância entre o volume do lobo direito do fígado estimado pela US 3D (utilizando o programa VOCAL) e o peso real do enxerto.