RESUMO DE TESE
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Quatro seqüências apresentaram similaridade a genes conhecidos: SOD1, MYT1, ABCB1 (MDR/TAP) e CPAMD8. Três seqüências apresentaram similaridade a genes sem RefSeq. Os genes SOD1 e ABCB1 foram selecionados para a realização da validação dos resultados com as amostras de tumor e tecido normal através dos ensaios MSP (PCR sensível à metilação) e PCR em tempo real (qPCR). Não foi possível padronizar as reações de metilação para o gene SOD1. Na análise do padrão de metilação do gene ABCB1 por MSP, observamos evidência de metilação em apenas 4% (2/50) dos casos analisados. Entretanto, a análise de expressão relativa do gene ABCB1 por qPCR mostrou redução da expressão deste gene na maioria das amostras (70%) de JNA analisadas. Nossos dados sugerem que alteração no padrão de metilação pode estar envolvida no desenvolvimento do JNA. Além disso, nossos dados indicam que a redução na expressão do gene ABCB1 pode estar relacionada ao desenvolvimento destes tumores. Entretanto, novos estudos são necessários para validar os dados obtidos pela análise de metilação diferencial e também para melhor elucidar os mecanismos moleculares que levam a redução na expressão do gene ABCB1 no JNA.
Exploração funcional do processo de glicosilação aberrante em tumores: mecanismos envolvidos na atividade pró-migratória de galectina-3
Autora: Fabiana Henriques Machado de Melo. Ao longo do processo de progressão tumoral observa-se alteração na expressão de glicoconjugados contendo oligossacarídeos N-ligados. Uma das formas mais comuns de glicosilação aberrante observada em células transformadas e em tumores humanos é representada por (poli)lactosaminas presentes em oligossacarídeos N-ligados. Estes glicanos são ligantes de galectina-3. Com o objetivo de identificar a expressão e distribuição dos ligantes de galectina-3 associados a processos fisiopatológicos, como a transformação maligna, desenvolvemos uma proteína quimérica, a galectina-3 conjugada à fosfatase alcalina (Gal-3/FA). Observamos que a Gal-3/FA possui a mesma especificidade da galectina-3 e que pode ser usada como sonda em ensaios de overlay e ensaios de imunoistoquímica. Entre os ligantes de galectina-3 identificamos a b1 integrina, mediador de processos biológicos dependentes da interação célula-matriz como a migração celular. Linhagens de células de origem mesenquimal derivadas de tumores induzidos com metilcolantreno de animais selvagens (linhagens S11 e S12) e nulizigoto (linhagemE12) para o gene da galectina-3 foram estabelecidas. Avaliamos a capacidade migratória dessas células e os resultados mostraram que células que expressam galectina-3 são mais migratórias em superfícies de laminina-1. Este dado sugere que a galectina-3 seja um modulador positivo do processo de migração celular em superfícies de laminina-1. Porém, o mecanismo pelo qual a galectina-3 medeia esse processo não é conhecido. Células que possuem fenótipo mais migratório apresentam um estado intermediário de adesão. Nós observamos que a galectina-3 se encontra nos complexos focais. Na presença de galectina-3 observamos diminuição de FAK fosforilado e recrutamento da fosfatase SHP-2 para os complexos focais. A diminuição de FAK fosforilado no lamelipódio leva ao turnover dos complexos focais e ao aumento da migração celular. Analisamos também a via de sinalização e observamos que a galectina-3 não ativa PAK. Contudo, o inibidor de PI3quinase, wortmanina, inibiu o efeito pró-migratório de galectina-3. Esses dados reforçam a noção do papel de galectina-3 na modulação do processo de migração de fibroblastos transformados, funcionando como uma molécula de-adesiva. |