Radiologia Brasileira - Publicação Científica Oficial do Colégio Brasileiro de Radiologia

AMB - Associação Médica Brasileira CNA - Comissão Nacional de Acreditação
Idioma/Language: Português Inglês

Vol. 39 nº 5 - Set. / Out.  of 2006

EDITORIAL
Print 

Page(s) III to III



Trombose venosa cerebral

Autho(rs): Emerson L. Gasparetto

PDF Português      

Texto em Português English Text

A tomografia computadorizada (TC) do crânio é, em geral, o primeiro exame de imagem obtido nestes pacientes, ainda no atendimento de emergência. A TC pode demonstrar, em alguns casos, aumento da densidade dos seios venosos trombosados, que pode ocasionar o "sinal do delta vazio" nas imagens pós-contraste. Contudo, na maioria dos casos os achados são inespecíficos e incluem hipodensidades, hemorragias, captação de contraste. Além disso, cerca de 30% dos pacientes com TVC apresentam TC do crânio normal no início do quadro clínico(1,2).

O exame imagem "padrão ouro" para o diagnóstico de TVC é a ressonância magnética (RM) do encéfalo, sendo a angiografia convencional reservada para casos com acometimento de veias corticais ou aspectos de imagens duvidosos à RM. A RM em geral demonstra o seio trombosado com alto sinal nas imagens pesadas em T1 e T2. Estas características de sinal podem variar de acordo com o tempo decorrido entre a TVC e a aquisição das imagens de RM. Além disso, lesões com efeito de massa são vistas com freqüência nos pacientes com TVC, muitas vezes associadas a áreas de hipersinal em T2 no parênquima cerebral, podendo envolver o córtex, a substância branca, ou ambos, e hematomas intraparenquimatosos(2,3).

No interessante artigo de Ferreira et al., publicado neste número da Radiologia Brasileira, foram estudados os exames de RM e angio-RM de 21 pacientes com TVC, enfatizando-se as alterações parenquimatosas nesse grupo de pacientes. Os principais achados foram áreas de edema/infarto cortical ou subcortical, congestão venosa, realce meníngeo e edema/infarto em núcleos da base. Os principais seios venosos acometidos foram o sagital superior, o transverso e o sigmóide esquerdos e o seio reto. A maioria destes achados corrobora a literatura já publicada a respeito do assunto.

Em resumo, a TVC é um diagnóstico difícil, e a apresentação clínica muitas vezes pode mimetizar outras doenças, causando danos irreparáveis ao paciente, devido ao diagnóstico tardio. Muitas vezes os achados de imagem não são tão claros em pacientes com TVC, sendo que devemos sempre ter em mente esta hipótese diagnóstica.

 

REFERÊNCIAS

1.Ehtisham A, Stern BJ. Cerebral venous thrombosis: a review. Neurologist 2006;12:32?38.

2.Provenzale JM, Joseph GJ, Barboriak DP. Dural sinus thrombosis: findings on CT and MR imaging and diagnostic pitfalls. AJR Am J Roentgenol 1998;170:777?783.

3.Mullins ME, Grant PE, Wang B, Gonzalez RG, Schaefer PW. Parenchymal abnormalities associated with cerebral venous sinus thrombosis: assessment with diffusion-weighted MR imaging. AJNR Am J Neuroradiol 2004;25:1666?1675.


 
RB RB RB
GN1© Copyright 2024 - All rights reserved to Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem
Av. Paulista, 37 - 7° andar - Conj. 71 - CEP 01311-902 - São Paulo - SP - Brazil - Phone: (11) 3372-4544 - Fax: (11) 3372-4554