Radiologia Brasileira - Publicação Científica Oficial do Colégio Brasileiro de Radiologia

AMB - Associação Médica Brasileira CNA - Comissão Nacional de Acreditação
Idioma/Language: Português Inglês

Vol. 39 nº 1 - Jan. / Fev.  of 2006

ARTIGO ORIGINAL
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Page(s) 39 to 43



Tratamento do câncer de pequenas células de pulmão: doença limitada: resultados de uma única instituição

Autho(rs): Michael Jenwei Chen, Sérgio Luis Faria, Luis Souhami, Tamil Mohammed Niazi, Marie Duclos, Julio Guerra

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Texto em Português English Text

Descritores: Câncer de pulmão de pequenas células, Doença limitada, Radioterapia, Quimioterapia

Keywords: Small-cell lung cancer, Limited disease, Radiotherapy, Chemotherapy

Resumo:
OBJETIVO: Relatar os resultados de tratamento de pacientes com câncer de pulmão de pequenas células com doença limitada (CPPC-DL), num período de dez anos, numa única instituição, para controle de qualidade e comparação com dados de literatura. MATERIAIS E MÉTODOS: Entre janeiro de 1992 e dezembro de 2002, 101 pacientes portadores de CPPC-DL completaram tratamento em nossa instituição. Seus resultados foram revistos e incluíram quimioterapia, radioterapia, a seqüência dos dois tratamentos e o uso de irradiação profilática cerebral (PCI). A radiação foi administrada com dose mediana de 45 Gy em 1,8 a 2 Gy por fração. A dose mediana de PCI foi de 25 Gy em dez frações. RESULTADOS: O seguimento mediano foi de 50,6 meses e a idade mediana dos pacientes foi de 63 anos. Houve 85 mortes confirmadas, 5 pacientes foram perdidos de seguimento e 11 estavam vivos. O tempo de sobrevida mediano foi de 11 meses, a sobrevida global em dois e cinco anos foi de 25,5% e 10%, respectivamente. Não houve diferença significante na sobrevida global em dois ou cinco anos segundo a idade e sexo dos pacientes. Também não houve diferença significante na sobrevida global entre os pacientes que realizaram PCI ou não, ou foram tratados em dois períodos diferentes (1997-2002 vs. 1992-1996). CONCLUSÃO: Os resultados de tratamento dos pacientes portadores de CPPC-DL na nossa instituição refletem as constantes mudanças no manuseio do CPPC. Nossa sobrevida global em dois anos de 25,5% é semelhante a outros resultados uni-institucionais publicados, mas menor que os resultados de 47% a 54% recentemente publicados por grupos cooperativos.

Abstract:
OBJECTIVE: To report the results of the treatment of patients with small-cell lung cancer with limited disease (SCLC-LD) in a single institution during a 10-year period, for quality assurance and comparison with data from the literature. MATERIALS AND METHODS: Between January 1992 and December 2002, 101 patients with SCLC-LD completed treatment at our institution. The outcomes were reviewed and included chemotherapy, radiotherapy, the sequence of the two treatments, and the use of prophylactic cranial irradiation. Radiation was delivered with a median dose of 45 Gy in 1.8 to 2 Gy per fraction. The median dose of the prophylactic cranial irradiation was 25 Gy in 10 fractions. RESULTS: Average follow-up was of 50.6 months and the average age of the patients was 63 years. There were 85 confirmed deaths, 5 patients were lost to follow up and 11 patients were alive. The median survival time was 11 months, the overall survival at 2 and 5 years was 25.5% and 10% respectively. There were no significant difference in overall survival at 2 or 5 years according to the age and sex of the patients. In addition, there were no statistical difference in overall survival among patients who had prophylactic cranial irradiation or not, or who were treated in two different periods (1997-2002 vs. 1992-1996). CONCLUSION: The results of the treatment of SCLC-LD patients in our institution reflect the constant changes in the management of SCLC. The 2-year's 25.5% overall survival seen in our institution is similar to reports published from other single institution, but lower than the 47% to 54% recently published results from cooperative groups.

Endereço para correspondência

 

 

INTRODUÇÃO

O tratamento atual do câncer de pulmão de pequenas células com doença limitada (CPPC-DL) inclui a combinação de quimioterapia (QT) e radioterapia (RT) de maneira concomitante, com início precoce da RT torácica(1,2).

Desde o final da década de 1960, o papel da QT se tornou crucial no tratamento do CPPC-DL, mostrando benefício sobre a RT torácica exclusiva(3). A percepção de altos índices de recidiva intratorácica após o uso de QT exclusiva, entretanto, trouxe novamente à tona a necessidade de incluir a RT como modalidade de tratamento loco-regional(4), combinando-se ambas as terapêuticas.

A despeito do papel bem estabelecido do tratamento combinado, não há consenso acerca de qual a melhor técnica ou modo de prescrição do tratamento irradiante(5), ou de qual o melhor esquema de drogas(6) para esta neoplasia maligna, que ainda possui altos índices de mortalidade(7,8).

O objetivo de estudos prospectivos e randomizados é fornecer orientações que possam ser usadas na prática médica diária para melhorar a sobrevida dos casos tratados. Talvez pela seleção dos pacientes e rigidez nas orientações, os melhores resultados vêm de grupos cooperativos que realizam estes estudos. Dados recentes mostram sobrevida mediana de 27,2 meses e sobrevida global (SG) em dois e cinco anos de 54,4% e 27,2%, respectivamente, e que nunca foram antes alcançadas(2).

Há, na literatura, poucas publicações com resultados de tratamento combinado de RT e QT para CPPC-DL advindos de uma única instituição. Este artigo reporta uma análise retrospectiva de pacientes portadores de CPPC-DL tratados em um hospital geral, sem uma orientação específica. Tem os objetivos usuais deste tipo de revisão: controle de qualidade da instituição e comparação dos resultados com os publicados na literatura médica.

 

MATERIAIS E MÉTODOS

Foram revistos todos os prontuários dos casos histologicamente confirmados como de CPPC-DL, tratados na McGill University Health Centre, em Montreal (Quebec, Canadá), entre janeiro de 1992 e dezembro de 2002. Todos os pacientes foram tratados com combinação de RT e QT, de forma concomitante ou seqüencial, de acordo com a decisão dos oncologistas e sem uma orientação específica da instituição.

Os pacientes foram classificados como tendo doença limitada da forma proposta pelo Veterans Administration Lung Cancer Study Group(9) após exames de imagem incluindo radiografia simples e tomografia computadorizada (TC) de tórax, TC de crânio e cintilografia óssea. Pacientes portadores de lesões pulmonares de grande volume, com acometimento linfonodal supraclavicular contralateral, ou mesmo com derrame pleural e citologia negativa, muitas vezes inelegíveis para estudos clínicos, foram considerados como tendo doença limitada.

A QT foi feita com as drogas mais utilizadas na época em que os pacientes foram tratados, incluindo cisplatina (CDDP), carboplatina, VP-16, doxorrubicina e vincristina. Durante o período de dez anos desta análise ocorreram mudanças técnicas na RT. Pacientes em períodos mais antigos foram tratados com aparelhos de cobaltoterapia (Co-60), mudando-se posteriormente para aceleradores lineares de megavoltagem com fótons de 6 a 18 MV de energia. A partir do final de 1995, os pacientes progressivamente deixaram de ser tratados com RT convencional (bidimensional) e passaram a ser tratados com planejamento e RT tridimensional (RT-3D).

Na RT-3D, o volume de tratamento (PTV -"planning treatment volume") englobou a doença torácica visível através de exames de imagem e sempre as cadeias de drenagem linfáticas mediastinais. A região supraclavicular foi irradiada somente quando entendida como necessária pelo radioterapeuta. A dose prescrita na maior parte dos casos foi de 45 Gy a 50 Gy, em frações de 1,8 a 2 Gy por dia. Tipicamente, um "plano I" de RT incluiu todo o mediastino e tumor primário em campos opostos até doses de 40 a 44 Gy, seguido de um "plano II" englobando o tumor visível e retirando-se a medula espinhal dos campos de irradiação, até a dose final prescrita.

Os casos que receberam irradiação profilática cerebral (PCI)(10) foram tratados com Co-60 ou fótons de 6 MV, com doses de 25 a 30 Gy em frações diárias de 2,5 Gy, em campos cerebrais látero-laterais, poucas semanas após o final da RT torácica.

Os pacientes foram seguidos após o término do tratamento, rotineiramente com pelo menos três visitas anuais, sempre com exame físico geral e exames de imagem do tórax. Outros exames (por exemplo: cintilografia óssea, TC de crânio) foram solicitados se necessário, de acordo com os sintomas do paciente. Ao diagnóstico de recidiva, o reestadiamento e o tratamento foram individualizados e a critério médico.

Na análise estatística foi utilizado o método atuarial de Kaplan-Meier para cálculo das probabilidades de SG(11). A comparação entre a distribuição de sobrevida dos grupos foi feita pelo teste de log-rank e qui-quadrado(12), considerando valores de significância de 95% ou p < 0,05. Neste estudo, todas as mortes ocorridas foram computadas como causadas pelo câncer.

 

RESULTADOS

Foram encontrados e revistos os prontuários de 101 pacientes portadores de CPPC-DL que completaram todo o tratamento proposto em nossa instituição. A idade mediana foi de 63 anos (variando de 37 a 84 anos, desvio-padrão [dp] = 10,1), com 56,4% dos pacientes do sexo masculino e 43,6% do sexo feminino. No momento da análise, em março de 2005, do total de 101 pacientes, 5 haviam sido perdidos de seguimento, 11 permaneciam vivos (com ou sem recidiva) e os restantes 85 pacientes haviam morrido. O seguimento mediano foi de 50,6 meses (variando de 17 a 92 meses) para os pacientes em risco.

Do total de 101 casos, 88 puderam ser apropriadamente avaliados quanto ao esquema de QT usado. Em 93,2% dos casos, as drogas usadas foram CDDP, carboplatina e VP-16. Os esquemas mais comumente utilizados foram CDDP + VP-16 (64,8% dos casos), seguido de carboplatina + VP-16 (18,2% dos casos). Vincristina + doxorrubicina + ciclofosfamida (VAC), CDDP + VP-16 + VAC alternados e carboplatina + VP-16 + VAC alternados foram outros esquemas também utilizados (8,8% dos casos), além de outros esquemas combinando CDDP, carboplatina, VP-16 ou VAC com outra droga. O número mediano de ciclos de QT foi de seis (variando de três a seis ciclos, dp = 1,0).

Em relação à RT, em 39% dos casos o tratamento iniciou-se após o término da QT, em 44,3% entre os terceiro e sexto ciclos, e em 16,7% dos casos junto com o primeiro ou segundo ciclo. A dose mediana de irradiação administrada foi de 45 Gy em 25 frações. Os campos torácicos, geralmente dois a quatro campos, tiveram tamanho mediano de 13 X 16 cm, nos menores e maiores comprimentos, respectivamente (variando de 8,5 a 23 cm). Receberam PCI 46,5% dos pacientes, com dose mediana de 25 Gy em dez frações. A maioria dos casos que receberam PCI foi de pacientes tratados nos últimos cinco anos do período em análise, coincidente com o de uso rotineiro de RT-3D e de aceleradores lineares de fótons de maior energia (10 e 18 MV).

Em relação ao tipo de equipamento utilizado, 14,8% dos pacientes foram tratados com Co-60 ou aceleradores lineares de 6 MV, e os restantes 85,5%, em aceleradores lineares de 10 a 18 MV.

A sobrevida mediana de todo o grupo foi de 11 meses. A SG em dois e cinco anos foi de 25,5% e 10%, respectivamente (Figura 1). Comparando-se a população de pacientes do sexo feminino e masculino, a SG em dois anos foi, respectivamente, de 25,6% e 26%, e em cinco anos foi de 17,3% e 3,7% (p = ns) (Figura 2). Comparando-se a população de pacientes com 60 anos ou menos versus a com mais de 60 anos de idade, a SG em dois anos foi de 32% e 20,6%, e em cinco anos foi de 11,7% e 13,7%, respectivamente (p = ns) (Figura 3).

 

 

 

 

 

 

Comparando-se as diferenças de resultado de tratamento entre os períodos de menor ou maior predomínio do uso de RT-3D, as curvas de SG (períodos de 1992 a 1996 e de 1997 a 2002) mostram sobrevida mediana de 9,3 e 12 meses, respectivamente (p = ns) (Figura 4). Quanto ao benefício da adição de PCI ao tratamento combinado, observamos que, para os pacientes tratados com PCI, a sobrevida mediana foi de 13,7 meses, sendo de 9 meses para os pacientes não tratados com PCI (p = ns) (Figura 5).

 

 

 

 

Do total de prontuários revistos, em apenas 61 (60,4%) o sítio de recidiva inicial pôde ser determinado. Em 49,2% destes casos (30 pacientes) ocorreu recidiva no sistema nervoso central como primeiro local de acometimento (ocorrendo, finalmente, em 38 dos pacientes deste grupo). Em 13,1% dos casos (oito pacientes) ocorreu recidiva intratorácica (pulmonar ou mediastinal), em 6,6% (quatro pacientes) ocorreu recidiva linfonodal (cervical, axilar ou supraclavicular), e recidivas ósseas ocorreram em 24,6% dos casos (15 pacientes, com quatro casos de compressão medular). Outros locais de falha observados foram fígado, cavidade abdominal e pele.

 

DISCUSSÃO

O CPPC-DL é doença pouco freqüente e tem mau prognóstico. Há, por isso, constantes mudanças na forma de tratamento, com o objetivo de melhorar a SG dos pacientes com esta enfermidade. Os resultados publicados variam muito quanto aos resultados de sobrevida obtidos, assim como quanto às formas de tratamento(13,14).

Não há consenso sobre a dose, fracionamento, campos e "timing" da RT. Num artigo acerca da utilização da RT no tratamento do câncer de pulmão em instituições médicas dos EUA, Movsas et al.(15) relatam que 14,5% dos pacientes tratados eram portadores de CPPC-DL. Esses pacientes tinham idade mediana de 67 anos, sendo 61% deles do sexo masculino e 38% do sexo feminino. Naquela publicação, 92,3% dos pacientes portadores de CPPC-DL foram tratados com RT e QT concomitantes, comparados a apenas 4,7% dos pacientes tratados com RT exclusiva. A dose mediana aplicada foi de 50,4 Gy, com 81% dos pacientes recebendo de 1,8 a 2 Gy por fração, sendo pouco freqüente o uso de RT hiperfracionada. A análise não avaliou o "timing" da RT torácica, não indicando junto a qual ciclo de QT a RT foi iniciada.

No nosso estudo, o fracionamento de RT torácica usado foi semelhante, mas com dose um pouco mais baixa (45 Gy). Quanto ao "timing" da RT em relação à QT, apenas mais recentemente estudos sugerem melhores resultados com início precoce da RT em relação à QT(5,16,17). Ainda hoje alguns pacientes não recebem tratamento de QT e RT concomitantes, por receio de toxicidade importante por parte dos oncologistas responsáveis.

Videtic et al.(18) publicaram os resultados do tratamento de 215 pacientes portadores de CPPC-DL, também de forma retrospectiva e tratados em uma única instituição. Os pacientes receberam RT e QT concomitantes, RT iniciada no segundo ou terceiro ciclo de QT, com doses de RT que variaram de 40 Gy em 15 frações e 50 Gy em 25 frações. Relatam SG em dois e cinco anos de 22,7% e 7,2%, respectivamente. Nesse estudo, uma comparação entre os fracionamentos de RT utilizados (hipofracionamento ou fracionamento convencional) não mostrou diferenças em termos de SG, controle local torácico e toxicidade.

Em uma casuística menor, igualmente retrospectiva e uni-institucional, Ellis et al.(19) relatam o resultado de 42 pacientes portadores de CPPC-DL. Todos os casos receberam QT, mas apenas 32 foram tratados também com RT, iniciada antes do quarto ciclo de QT, e apenas 7 casos receberam PCI. Nesse pequeno grupo, a sobrevida mediana foi de 15,1 meses e a SG em dois anos foi de 20%.

Esses resultados são semelhantes aos obtidos pela nossa revisão, mas inferiores aos publicados por recentes grupos cooperativos, que reportam SG em dois anos entre 47% e 54% e sobrevida mediana entre 21 e 23 meses(2,16,20,21). Há várias possíveis explicações para essas diferenças. Em estudos prospectivos os pacientes são rigidamente selecionados, havendo exclusão de casos com envolvimento de fossa supraclavicular ou derrame pleural com citologia negativa ou mesmo com "performance status" não ideal. É possível também que alguns pacientes com CPPC-DL não sejam estadiados com a rigidez que se tem em estudos prospectivos, e que tenham, de fato, doença disseminada não diagnosticada no início do tratamento.

Uma diferença importante entre os pacientes tratados nesta revisão e as recentes publicações dos grupos cooperativos está relacionada à dose, ao fracionamento e ao "timing" da RT. Os melhores resultados estão ligados a tratamentos radioterápicos com fracionamentos alterados e mais curtos (para evitarem-se problemas com a repopulação das células tumorais), introduzidos o mais cedo possível junto com a QT, e também com a associação de irradiação profilática do sistema nervoso central(2,16,20). É claro da nossa revisão que a dose e o fracionamento de RT utilizados foram menos agressivos, nem todos os pacientes receberam RT junto com a QT, e apenas cerca da metade dos casos (46,5%) recebeu PCI.

Em nosso estudo não foi observada diferença nos resultados de tratamento entre sexos e entre as faixas etárias com mais ou menos 60 anos. Embora pacientes idosos pareçam ter resultados de tratamento piores, é possível que isso ocorra apenas em função das comorbidades que esses pacientes usualmente apresentam e que acabam resultando em maior toxicidade e morbi-mortalidade, com menor adequação aos tratamentos propostos(22-24).

 

CONCLUSÃO

A experiência da McGill University no tratamento do CPPC-DL no decorrer de dez anos reflete as constantes mudanças na forma de tratar esta apresentação incomum de câncer. Nossa SG em dois anos, de 25,5%, encontra similaridade com outras publicações uni-institucionais, mas está aquém dos resultados recentes dos grupos cooperativos, na ordem de 47% a 54% (Tabela 1).

 

 

Poderíamos especular que nossos resultados estão ligados a uma rigidez de estadiamento menor do que a usada em estudos prospectivos, dose relativamente baixa de RT nem sempre concorrente com a QT e o uso de PCI em apenas cerca de metade dos casos. Os resultados devem ser melhores na próxima geração de pacientes, com o uso de QT com CDDP e VP-16 concomitante com RT precoce e de curta duração e o uso rotineiro de PCI(25,26).

 

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Endereço para correspondência:
Prof. Dr. Sérgio Faria
Associate Professor. Department of Radiation Oncology, Montreal General Hospital
1650 Cedar Avenue, room D5.570
Montreal, Quebec, H3G 1A4, Canada
E-mail: sergio.faria@muhc.mcgill.ca

Recebido para publicação em 25/4/2005. Aceito, após revisão, em 25/5/2005.

 

 

* Trabalho realizado no Departamento de Rádio-Oncologia do Montreal General Hospital, McGill University Health Centre, McGill University, Montreal, Quebec, Canadá.


 
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