EDITORIAL
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Autho(rs): Edson Marchiori |
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Embora o Programa de Residência Médica objetive principalmente o treinamento em Serviço, preparando recursos humanos para as atividades assistenciais, é desejável que os médicos residentes sejam introduzidos também nas atividades de ensino e pesquisa.
A elaboração de trabalhos científicos, sua apresentação em jornadas e congressos, o levantamento da literatura, aprendendo a buscar respostas para suas indagações, a iniciação nos processos de metodologia científica, a redação dos textos, a desinibição nas apresentações sob forma de temas livres, toda esta experiência é extremamente enriquecedora para o jovem médico residente. Quantos são os profissionais que descobrem, por intermédio dessas atividades, talentos antes insuspeitos para o ensino e a pesquisa? A verdade é que cada médico deve ser um permanente estudioso, capaz de avaliar criticamente sua própria experiência e a experiência alheia. Para o professor ou preceptor, especialmente aqueles que não participam de Programas de Pós-Graduação (mestrado ou doutorado), é a oportunidade de orientar os alunos, aprender e desenvolver as técnicas de orientação, e fazer, em parceria com os residentes, trabalhos científicos, importantes inclusive na avaliação funcional daqueles que militam em instituições universitárias. Um passo importante para esta integração residente-docente na pesquisa é a instituição da monografia como requisito obrigatório para a conclusão do Programa de Residência Médica. Os residentes elaboram, sob a orientação dos docentes, monografias com casuística própria, nos moldes das dissertações de mestrado, podendo ser inclusive submetidas a defesa pública, julgadas por uma banca examinadora. Parte desses médicos tornam-se candidatos aos Cursos de Pós-Graduação stricto sensu, com as monografias servindo de base para a elaboração de suas dissertações de mestrado, encurtando bastante o tempo de conclusão desses Cursos (em média esses residentes concluem o mestrado em um ano). A conclusão do mestrado e os trabalhos publicados durante a Residência sinalizam o seu interesse pelo ensino e pesquisa, e isto certamente terá um peso muito grande em concursos para a carreira docente. Dessa forma, entendo como improcedentes e pueris os argumentos daqueles que acham que a Residência não é o momento para a pesquisa; pelo contrário, é responsabilidade dos preceptores de Programas de Residência Médica, especialmente aqueles ligados às instituições universitárias, criar as condições para que isto ocorra, ampliando a abrangência da formação dos médicos residentes. Professor Associado e Coordenador Adjunto do Curso de Pós-Graduação em Radiologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil. E-mail: edmarchiori@gmail.com |