APRESENTAÇÕES ORAIS
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O-015 – A múltipla jornada de trabalho na área da radiologia.
Pietro Paolo de Barros; Marco Antônio Bertoncini Andrade; Rita de Cássia Flôr; Caroline de Medeiros. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Santa Catarina. As radiações ionizantes são fundamentais para as práticas médicas, porém danosas à saúde, podendo provocar efeitos biológicos. Entre os indivíduos expostos às radiaçõs ionizantes, os mais sujeitos a sofrerem tais efeitos são os profissionais que atuam diretamente com este tipo de radiação. Sendo assim, é necessário que haja um controle ocupacional dos trabalhadores desta área. Para auxiliar em tal controle, realizou-se levantamento e análise de relatórios dosimétricos e hemogramas com contagem de plaquetas de profissionais em radiodiagnóstico médico de todo o Estado de Santa Catarina durante os meses de janeiro e julho do presente ano. O recolhimento dos documentos se deu com base na legislação estadual. Os dados obtidos foram cadastrados em um banco de dados contendo nome do profissional e do estabelecimento, cadastro de pessoa física, data de nascimento, número do dosímetro, laboratório dosimétrico e valores relativos às doses mensais, bem como dos exames complementares. Foram cadastrados 907 profissionais e 107 estabelecimentos, sendo encontrados 1.029 vínculos empregatícios. Dos profissionais cadastrados, 96 possuem duplo vínculo empregatício e 13, triplo. A Lei Federal nº 7394, de 29 de outubro de 1985, determina que a jornada de trabalho dos profissionais da radiologia seja de 24 horas semanais, portanto, a situação de 109 trabalhadores não condiz com a legislação vigente. Ainda segundo a Portaria Federal 453/98, carga de trabalho representa o tempo total em que o aparelho faz uso das radiações ionizantes. Logo, múltiplas jornadas de trabalho caracterizam um aumento da carga de trabalho deste trabalhador, o que acarretará um desgaste proveniente do excesso ocupacional. A partir destes dados, o processo de fiscalização por parte da autoridade sanitária responsável se dará de forma mais ativa, não dependente apenas de denúncias, o que será fundamental para um controle ocupacional eficaz na área da radiologia. O-016 – Uso de vestimenta de proteção radiológica para redução de dose no serviço de radiodiagnóstico. Aline Garcia Pereira; Flávio Augusto Penna Soares. Instituto Federal de Santa Catarina. A utilização da radiação ionizante para fins terapêuticos e diagnósticos vem aumentando anualmente, crescendo a taxas próximas a 10% no Brasil. Sabe-se que a interação da radiação X com o ser humano pode gerar efeitos biológicos, manifestando-se através de radiodermite, catarata e câncer, entre outros. Para minimizar tais efeitos, protetores radiológicos como as vestimentas de proteção radiológica (VPRs) são utilizados por pacientes e equipe médica. Este estudo avalia o uso da VPR e a sua relação com a diminuição da dose absorvida, através de resultados práticos e teóricos. Para isso, utilizou-se o método da revisão integrativa de literatura, que teve como critérios a escolha de textos publicados em revistas científicas nacionais e internacionais, seleção de dados referentes à utilização de proteção radiológica e a redução da dose. Além das pesquisas em bases de dados recomendadas, também foram incluídos livros em língua portuguesa, e utilizado um programa de simulação do Institute of Physics and Engineering in Medicine (IPEM). Constatou-se que, na simulação, um protetor com 0,25mmPb sob exposição de um feixe de 75keV pode reduzir em até 95% a dose no paciente e um de 0,50mmPb reduz 99%. Na prática diária esses valores variam: um exame de TC do abdome, utilizando protetor para as gônadas, consegue reduzir a dose nos testículos em 95%. Num exame de tórax, protegendo-se a tireoide com VPR, reduz-se a dose em 67%. Na radiologia intervencionista, a utilização de cortina plumbífera reduz em 90% a dose na equipe, representando uma redução altíssima se levado em conta o tempo de exposição dos profissionais. Na radiologia convencional, o uso de protetores de tórax durante exame de tórax na posição lateral reduziu 88% a dose da radiação no útero e ovários. Esses resultados mostram que o uso das VPRs realmente é eficaz, e sua utilização é imprescindível. |