Radiologia Brasileira - Publicação Científica Oficial do Colégio Brasileiro de Radiologia

AMB - Associação Médica Brasileira CNA - Comissão Nacional de Acreditação
Idioma/Language: Português Inglês

Vol. 41(Supl.1) nº 0 -  of 2008

XXIV CONGRESSO BRASILEIRO DE BIOLOGIA, MEDICINA NUCLEAR E IMAGEM MOLECULAR
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Page(s) 76 to 77



PAINÉIS: Infecção

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Abstract número: 95

PROCESSO POLIARTICULAR INFLAMATÓRIO/INFECCIOSO PELA DOENÇA PARACOCCIDIOIDOMICOSE.


Vale GF; Arratia JIC; Menezes EMMB; Almeida AM; Rodrigues DF; Barroso AA.

Nucleminas – Juiz de Fora, MG.

Introdução: A paracoccidioidomicose é uma doença granulomatosa sistêmica, de caráter crônico ou subagudo, causada pelo fungo Paracocccidioides brasiliensis, presente nas áreas rurais das Américas do Sul e Central. A doença ataca mais freqüentemente os pulmões, mucosas de orofaringe e trato respiratório alto. Havendo disseminação do fungo por vias linfática e hematogênica. Inúmeros outros órgãos podem ser acometidos, incluindo adrenais, alças intestinais, sistema osteoarticular e sistema nervoso central. Mais raramente podemos ver envolvimento de sistema gênito-urinário, endotélio de grandes vasos, tireóide e globo ocular. Relato de caso: Mulher, 15 anos, que há um ano iniciou o quadro de fraqueza muscular, posteriormente acompanhada de febre alta e linfonodomegalia cervical, supraclavicular e inguinal bilateral, evoluindo com dificuldade para deambular e alguns episódios de queda. Odinofagia, emagrecimento, hiporexia e disfonia acompanhavam o quadro. Após seis meses do início do mesmo, a paciente foi internada na UTI, por um mês, e apresentava, além das queixas iniciais, artralgia intensa em cintura escapular bilateral, sonolência, tetraparesia e mialgia difusa. A terapêutica inicial foi anfotericina B. Estudos ultra-sonográficos do abdome e pelve mostraram ascite ou processo inflamatório em região pélvica, estando as demais estruturas normais. A biópsia de linfonodo inguinal apresentou linfadenite granulomatosa, sugestiva de paracoccidioidomicose. As radiografias de tórax, ombros e articulações esterno-claviculares evidenciaram lesões líticas. Submetida à cintilografia trifásica com MDP-Tc-99m evidenciouse hiperemia e hipercaptação tardia em articulações de ombros (bilateral), esterno-claviculares (mais intenso à direita, ângulo inferior de escápula bilateralmente) e sacro-ilíacas (face lateral de ilíacos e em púbis) o que sugeria fortemente processo poliarticular inflamatório/infeccioso pela doença de base paracoccidioidomicose. Foi feita revisão bibliográfica do uso da cintilografia óssea no diagnóstico e resposta terapêutica na paracoccidioidomicose.




Abstract número: 96

LEISHMANIOSE VISCERAL (LV) E FEBRE DE ETIOLOGIA INDETERMINADA (FEI): USO DO GÁLIO-67.


Vale GF; Menezes EMMB; Arratia JIC; Rodrigues DF; Barroso AA.

Nucleminas – Juiz de Fora, MG.

Introdução: A leishmaniose visceral é uma doença infecto-parasitária causada pelo protozoário Leishmania chagasi. É transmitida aos seres humanos através de um vetor flebotomíneo (a Lutzomia longipalpis, principalmente), sendo que o cão doméstico participa do ciclo biológico do patógeno como hospedeiro intermediário. Em certas regiões brasileiras (como nos estados do CE, BA, MA, PI e MG) sua distribuição assume caráter endêmico, e por sua sintomatologia insidiosa a doença se torna sub-diagnosticada. Relato de caso: Homem de 49 anos, procedente do interior de MG durante trinta dias apresentou febre constante de 38 ºC, queda progressiva do estado geral, perda de sete quilos no período, mialgia e dor abdominal leve. Ao exame físico: regular estado geral, hipocorado e febril ao tato; discreta distensão abdominal, dor leve a palpação profunda e massa volumosa em hipocôndrio esquerdo, estando o espaço de Traube ocupado. Após o término da pesquisa laboratorial, não se definiu um diagnóstico e a cintilografia para pesquisa de febre de etiologia indeterminada com gálio-67 foi solicitada para avaliação complementar, tendo sido injetado 6 mCi, com realização de pesquisa de corpo inteiro 48 horas após a injeção. As imagens revelaram uma distribuição heterogênea do traçador pelo organismo, com hipercaptações anômalas em baço (que se encontrava muito aumentado de tamanho) e aumento difuso em medula óssea e fígado. Com base nos achados cintilográficos e na condição clínica do paciente foi proposto como hipóteses diagnósticas a leshmaniose em sua forma visceral e leucemia em fase aguda (devido aos sinais de expansão medular). Feita punção de medula óssea no paciente, solicitada sorologia para leishmaniose e iniciado tratamento com anfotericina-B (a melhor opção para tratamento de leishmaniose visceral intra-hospitalar). A biópsia de medula óssea foi negativa para doença linfoproliferativa e 72 horas após início do tratamento com o anti-fúngico o paciente apresentou melhora dramática de sua condição clínica e após cinco dias suas alterações laboratoriais se normalizaram. A sorologia para leishmaniose foi positiva, sendo que a hemocultura não conseguiu identificar o patógeno. O paciente evoluiu bem até o término da internação, sem outras complicações. Conclusão: O gálio-67 demonstrou- se excelente na avaliação da FEI.




Abstract número: 171

A IMPORTÂNCIA DA CINTILOGRAFIA COM LEUCÓCITOS MARCADOS NO DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DA OSTEOMIELITE EM PACIENTES COM PÉ DIABÉTICO.


Prado LFM; Sucupira MS; Freitas JC; Artiaga G; Braga LMB; Bortoleto ML; Pedrosa H; Silveira CAN; Silva NC; Barra Sobrinho A; Alexan D.

Instituto de Medicina Nuclear e Endocrinologia de Brasília.

Objetivo: Demonstrar, através de relato de caso e de revisão de literatura, a importância da cintilografia com leucócitos marcados na avaliação e diagnóstico diferencial de osteomielite nos pacientes com pé diabético. Relato de caso: Paciente C.A.G., 75 anos, masculino, portador de DM tipo II NID há cerca de 10 anos, apresentando lesão no 3º pododáctilo do pé esquerdo há cerca de 3 meses, que evoluiu com gangrena e posterior ressecção cirúrgica do 2º, 3º e 4º pododáctilos desse pé em maio/2007. Iniciou antibioticoterapia de amplo espectro com avaliação cintilográfica em junho/2007 que sugeria processo inflamatório- infeccioso ósseo e de partes moles no pé esquerdo. Manteve- se antibioticoterapia, até que em julho/2007 começou a apresentar leucocitose e piora clínica, sendo reoperado para debridamento da ferida operatória e ressecção de tecido necrótico na região plantar. Houve melhora clínica do paciente, associada a evolução satisfatória do processo cicatricial, até que em outubro/2008 notou-se abaulamento e flutuação à compressão na região maleolar interna do pé esquerdo, com hiperemia local. Realizados exames radiológicos (ecografia e RNM) que sugeriam celulite na região, associada a osteomielite de calcâneo. Dessa forma realizou-se nova cirurgia no início de outubro/2007. Persistiu com drenagem de secreção na ferida operatória, até que em novembro/2007 foi realizada cintilografia óssea trifásica, que apresentava alterações sugestivas de osteomielite no pé esquerdo. Sugeriu-se então, realização de cintilografia com leucócitos marcados, que não sugeria processo inflamatório-infeccioso no pé esquerdo. Optou-se, assim, por tratamento conservador, com boa evolução da ferida operatória, que atualmente não apresenta sinais de infecção. Discussão: A osteomielite é uma das mais graves complicações que afetam diabéticos e tem prevalência entre 10% e 20% em infecções leves e entre 50% e 60% em infecções graves. A osteoartropatia diabética (doença de Charcot) afeta diabéticos de longa duração, principalmente aqueles com deficiente controle e caracteriza-se por destruição e deformação óssea, com séria limitação funcional. A cintilografia óssea trifásica é o procedimento de escolha para o diagnóstico de osteomielite em ossos não afetados por outras condições. Nesses casos o estudo tem sua especifidade reduzida e a cintilografia com leucócitos se torna a modalidade de escolha para confirmar o diagnóstico. Conclusão: A medicina nuclear tem papel importante na avaliação de possíveis infecções ósseas, principalmente nos casos em que há condições sobrepostas, dentre elas procedimentos cirúrgicos associados, assim como outras doenças sistêmicas (IRC, DM, etc).
 
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